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Renamo rompe acordo de paz e lança Moçambique na incerteza

Principal grupo de oposição anunciou que está se retirando do acordo de paz que encerrou a guerra civil contra o partido governista Frelimo

Moçambique: Renamo aderiu à política institucional depois do Acordo de Roma, que encerrou a brutal guerra civil que durou de 1975 a 1992 (JMN/Cover/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2013 às 19h56.

Maputo - A Renamo, principal grupo de oposição ao governo de Moçambique , anunciou nesta segunda-feira que está se retirando do acordo de paz de 1992 que encerrou a guerra civil contra o partido governista Frelimo, o que gera temores de um novo conflito na ex-colônia portuguesa.

A Renamo aderiu à política institucional depois do Acordo de Roma, que encerrou a brutal guerra civil que durou de 1975 a 1992. O partido disse ter decidido renegar o acordo por causa da ação militar desta segunda-feira que resultou na tomada pelas forças governamentais de uma base paramilitar onde o líder oposicionista Afonso Dhlakama estava instalado. Dhlakama fugiu para montanhas próximas.

"A paz no país acabou ... A responsabilidade é do governo da Frelimo, que não quer escutar as queixas da Renamo", disse o porta-voz do grupo, Fernando Mazanga, à Reuters.

Mazanga afirmou que a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), que tem 51 deputados, vai se reunir para decidir sua nova estratégia. Ele não descartou de imediato que o grupo volte a pegar em armas em nível nacional.

Não houve reação imediata do governo do presidente Armando Guebuza, da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

Antes, o governo havia confirmado a tomada por suas tropas da base da Renamo na região da Gorongosa, na província de Sofala, cerca de 600 quilômetros ao norte de Maputo, a capital. Isso ocorreu após confrontos na área entre o Exército e homens da Renamo.

A anulação unilateral do Acordo de Roma certamente irá alarmar países doadores e investidores, que vinham amparando o desenvolvimento de uma das mais dinâmicas economias africanas.

As descobertas de grandes minas de carvão e de reservas de gás em alto mar atraíram nos últimos anos bilionários investimentos para o país.

Os combates nas selvas próximas ao monte Gorongosa ocorrem a um mês de eleições municipais que a Renamo promete boicotar e perturbar, acusando a Frelimo de monopolizar o poder.

O governo por sua vez acusa a Renamo de tentar desestabilizar o país e levá-lo de volta à guerra. Guebuza enviou tropas adicionais a Sofala para proteger o tráfego rodoferroviário contra emboscadas.

As forças do governo avançaram contra a base da oposição depois de uma emboscada que matou sete soldados, na semana passada. Outros incidentes semelhantes já haviam ocorrido neste ano, causando a paralisação temporária das exportações de carvão e das atividades turísticas.

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Maputo - A Renamo, principal grupo de oposição ao governo de Moçambique , anunciou nesta segunda-feira que está se retirando do acordo de paz de 1992 que encerrou a guerra civil contra o partido governista Frelimo, o que gera temores de um novo conflito na ex-colônia portuguesa.

A Renamo aderiu à política institucional depois do Acordo de Roma, que encerrou a brutal guerra civil que durou de 1975 a 1992. O partido disse ter decidido renegar o acordo por causa da ação militar desta segunda-feira que resultou na tomada pelas forças governamentais de uma base paramilitar onde o líder oposicionista Afonso Dhlakama estava instalado. Dhlakama fugiu para montanhas próximas.

"A paz no país acabou ... A responsabilidade é do governo da Frelimo, que não quer escutar as queixas da Renamo", disse o porta-voz do grupo, Fernando Mazanga, à Reuters.

Mazanga afirmou que a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), que tem 51 deputados, vai se reunir para decidir sua nova estratégia. Ele não descartou de imediato que o grupo volte a pegar em armas em nível nacional.

Não houve reação imediata do governo do presidente Armando Guebuza, da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

Antes, o governo havia confirmado a tomada por suas tropas da base da Renamo na região da Gorongosa, na província de Sofala, cerca de 600 quilômetros ao norte de Maputo, a capital. Isso ocorreu após confrontos na área entre o Exército e homens da Renamo.

A anulação unilateral do Acordo de Roma certamente irá alarmar países doadores e investidores, que vinham amparando o desenvolvimento de uma das mais dinâmicas economias africanas.

As descobertas de grandes minas de carvão e de reservas de gás em alto mar atraíram nos últimos anos bilionários investimentos para o país.

Os combates nas selvas próximas ao monte Gorongosa ocorrem a um mês de eleições municipais que a Renamo promete boicotar e perturbar, acusando a Frelimo de monopolizar o poder.

O governo por sua vez acusa a Renamo de tentar desestabilizar o país e levá-lo de volta à guerra. Guebuza enviou tropas adicionais a Sofala para proteger o tráfego rodoferroviário contra emboscadas.

As forças do governo avançaram contra a base da oposição depois de uma emboscada que matou sete soldados, na semana passada. Outros incidentes semelhantes já haviam ocorrido neste ano, causando a paralisação temporária das exportações de carvão e das atividades turísticas.

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