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Relatório sobre voo MH17 é político e parcial, diz Rússia

A Rússia acusou a equipe de investigação conjunta de admitir analistas da Ucrânia, que é parte implicada no incidente ocorrido em julho de 2014


	Destroços do voo MH17: a Rússia, que considera que a equipe de investigação conjunta deu à Ucrânia a possibilidade de "falsificar" provas em seu favor
 (Antonio Bronic/Reuters/Reuters)

Destroços do voo MH17: a Rússia, que considera que a equipe de investigação conjunta deu à Ucrânia a possibilidade de "falsificar" provas em seu favor (Antonio Bronic/Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2016 às 13h14.

Moscou - A Rússia tachou nesta quarta-feira de político e parcial o novo relatório internacional sobre a catástrofe no leste da Ucrânia envolvendo o voo da Malaysia Airlines MH17, segundo o qual a aeronave teria sido derrubada por um míssil que foi transportado do território russo e disparado de uma área controlada pelos rebeldes separatistas ucranianos.

"A Rússia está decepcionada". "As conclusões da procuradoria holandesa confirmam que a investigação é parcial e está politicamente motivada", afirmou Maria Zakharova, porta-voz da Chancelaria russa.

O Ministério das Relações Exteriores russo acusou a equipe de investigação conjunta de admitir analistas da Ucrânia, que é parte implicada no incidente ocorrido em julho de 2014, mas de ignorar as contribuições de Moscou, que acusou o governo ucraniano de derrubar o avião de passageiros.

A Rússia, que considera que a equipe de investigação conjunta deu à Ucrânia a possibilidade de "falsificar" provas em seu favor, insiste que sempre defendeu uma investigação da catástrofe com base nos fatos, e não em suposições.

"Ao invés disso, esses investigadores internacionais excluíram Moscou de participação plena no processo, deixando nossos esforços em um mero segundo plano", afirmou a porta-voz do ministério russo.

A diplomata acusou a comissão internacional de "ignorar provas irrefutáveis", quando a Rússia é a única que fornece "informações fidedignas" a respeito.

Em particular, Zakharova se referiu aos dados apresentados na segunda-feira pelo comandante das forças radiotécnicas russas, Andrei Koban, de que o míssil não foi lançado de áreas controladas pelos separatistas pró-Rússia.

O sistema de radares russo situado na região de Rostov do Dom, que fica muito próxima do local da tragédia que causou a morte de 298 pessoas, "não detectou objetos voadores se aproximando do avião nos momentos prévios ao acidente", segundo Koban.

"Se o Boeing malaio tivesse sido derrubado por um míssil disparado de uma área situada ao leste do ponto da catástrofe, (o projétil) teria sido localizado pelo radar russo", ressaltou o militar.

Além disso, Zakharova alegou que "tudo o que sustenta a chamada base de provas da procuradoria holandesa foi apresentado por estruturas de força da Ucrânia, que, sem sombra de dúvidas, são parte interessada" no caso.

Segundo a equipe internacional de investigação, o sistema antiaéreo Buk foi disparado de um campo próximo da cidade de Pervomaysk, no leste da Ucrânia, que naquele momento estava nas mãos dos rebeldes pró-Rússia.

Os investigadores asseguram que a plataforma de lançamento de mísseis veio do território russo e foi retirada logo depois que o avião malaio foi derrubado com 298 pessoas a bordo.

A Chancelaria ucraniana elogiou o relatório e acredita que suas conclusões permitirão punir de uma vez por todas os culpados pela catástrofe, o que qualificou de um "dever moral" para com os familiares das vítimas.

"A publicação desta informação é um passo importante no caminho rumo ao nosso objetivo comum final: levar à Justiça todos os culpados pela derrubada do avião", diz a nota oficial do governo ucraniano.

No entanto, os separatistas pró-Rússia voltaram a negar que tivessem derrubado a aeronave, ao alegarem que não possuem sistemas antiaéreos em seu arsenal.

No Boeing-777 viajavam 298 pessoas, das quais 196 eram holandeses, 27 australianos, 44 malaios e um neozelandês, entre outras nacionalidades.

Mais de 30 familiares das vítimas de Austrália, Malásia e Nova Zelândia, representados por um advogado australiano, apresentaram uma denúncia no Tribunal Europeu de Direitos Humanos em Estrasburgo solicitando uma indenização de US$ 10 milhões por pessoa ao Estado russo.

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