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Relatório da ONU acusa Exército sírio de estupros sistemáticos

Os abusos sexuais contra civis são considerados crimes contra a Humanidade, segundo uma investigação da ONU publicada nesta quinta-feira

Síria: nesta quinta-feira, a guerra completa 7 anos (Bassam Khabieh/Reuters)
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AFP

Publicado em 15 de março de 2018 às 12h37.

Última atualização em 15 de março de 2018 às 14h35.

Os soldados das Forças Armadas sírias e as milícias do regime recorreram sistematicamente a abusos sexuais contra civis, atrocidades consideradas crimes contra a Humanidade, segundo uma investigação da ONU publicada nesta quinta-feira.

Os rebeldes que lutam contra o regime sírio cometeram crimes semelhantes, mas em escala "consideravelmente menor do que as violações atribuídas às forças governamentais e suas milícias aliadas", ressalta em seu relatório a Comissão Internacional de Inquérito sobre a Síria, mandatada pela ONU.

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Essas conclusões, apresentadas ao Conselho de Direitos Humanos na sede da ONU em Genebra, são baseadas exclusivamente em entrevistas com 454 sobreviventes, testemunhas e médicos. O governo sírio nunca autorizou os investigadores a viajar para o país.

As prisões controladas pelo regime ou seus aliados são os principais lugares onde esses crimes são cometidos, indica o relatório que descreve vários casos.

A Comissão aponta que os soldados do regime detiveram "milhares de mulheres e meninas" desde março de 2011, início do conflito, até o final de 2017, o período coberto pelo estudo.

Também foram registrados casos de violência sexual contra homens e crianças de ambos os sexos.

Para os investigadores "os estupros e outras formas de violência sexual (...) fazem parte de uma agressão generalizada e sistemática contra a população civil e que se assemelha a crimes contra a Humanidade".

A equipe diz vez que "não encontrou evidências de uma prática sistemática ou de uma política entre os grupos armados (rebeldes) de recorrer à violência sexual para instilar o medo ou obter informações", embora os rebeldes também cometam estupros.

O relatório não leva em conta as atrocidades cometidas pelo grupo jihadista Estado Islâmico, que é alvo de uma investigação separada da Comissão.

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