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Relatório sobre Irã pode não ser tão ruim para Ocidente

Apesar de uma grande expansão na capacidade de refinar urânio, o Irã não parece ter ligado suas recém-instaladas centrífugas de enriquecimento


	Questão de quando e quão rapidamente o Irã pode ser capaz de fabricar uma arma nuclear se decidir fazer isso é muito debatida no Ocidente
 (Aamir Qureshi/AFP)

Questão de quando e quão rapidamente o Irã pode ser capaz de fabricar uma arma nuclear se decidir fazer isso é muito debatida no Ocidente (Aamir Qureshi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2012 às 13h55.

Viena - O Irã supostamente aumentou o número de centrífugas em uma usina nuclear subterrânea em quase um terço em três meses, disseram diplomatas, enfatizando a dura missão à frente das grandes potências que pressionam Teerã a frear sua atividade atômica.

Mas, apesar de uma grande expansão na capacidade de refinar urânio na usina de Fordow, escondida dentro de uma montanha, o Irã não parece ter ligado suas recém-instaladas centrífugas de enriquecimento, embora isso possa acontecer em breve, afirmaram eles.

Um relatório da ONU sobre o programa nuclear do Irã provavelmente também deve mostrar esta semana que o país continua a usar parte de seu material mais sensível para o combustível do reator, pelo menos temporariamente tornando-o disponível para qualquer tentativa rápida de bomba atômica.

Isso pode ajudar a "obter mais tempo para o diálogo", disse um diplomata ocidental, referindo-se aos esforços internacionais para encontrar uma solução diplomática para a disputa de uma década e evitar a ameaça de uma nova guerra no Oriente Médio.

Isso também pode explicar por que Israel, considerado como único país com armas nucleares da região, recentemente sinalizou que um ataque a instalações nucleares da República Islâmica não era iminente, depois de meses de especulação de que poderia ser.

Mas outro enviado ocidental disse que o fato de que o Irã estava convertendo parte de seu gás de urânio de alto grau, um passo técnico curto antes do nível de material para armas, em pó de óxido para combustível não deve desviar a atenção do seu maior desafio nuclear.


"Eles não têm respondido às questões (da agência nuclear da ONU), não suspenderam o seu enriquecimento conforme exigido pelo Conselho de Segurança da ONU, então qualquer outra coisa que eles estão fazendo em torno da margem é irrelevante", afirmou este diplomata.

A conversão do urânio refinado para uma concentração físsil de 20 por cento em combustível também é reversível desde que não tenha sido introduzido num reator em funcionamento, embora ainda fossem necessários alguns meses para devolvê-lo à forma gasosa, explicam especialistas em segurança.

O Teerã nega as alegações dos EUA e de Israel de que está buscando uma capacidade de armas nucleares, dizendo que seu programa é totalmente pacífico. Mas os inspetores da ONU suspeitam de trabalho nuclear relacionado aos militares no passado e, possivelmente, em andamento.

A questão de quando e quão rapidamente o Irã pode ser capaz de fabricar uma arma nuclear se decidir fazer isso é muito debatida no Ocidente, pois poderia influenciar qualquer decisão por parte de Israel para lançar ataques militares contra o país.

A Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) deverá apresentar o seu próximo relatório trimestral sobre o Irã aos Estados-membros na sexta-feira, 10 dias depois de a reeleição do presidente dos EUA, Barack Obama, levantar esperanças de uma retomada da diplomacia sobre o assunto.

O relatório deve mostrar um Irã desafiante seguindo adiante na expansão de seu controverso programa nuclear, apesar de duras sanções ocidentais visando seu setor de petróleo vital, e continuando a limpar uma instalação militar que a AIEA quer visitar.

Em conversas em Teerã, no próximo mês, a AIEA fará uma nova tentativa de convencer o Irã a deixá-lo continuar uma investigação parada há muito tempo sobre suspeitas de que o país pode ter trabalhado no desenvolvimento de um míssil nuclear.

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