Mundo

Relator revela corrupção nas Copas de 1998 e 2010

Chuck Blazer admitiu que ele e outros dirigentes receberam propinas durante processo de escolha das sedes das Copas do Mundo de 1998 e 2010

Chuck Blazer (E) e Joseph Blatter: Blazer é acusado de extorsão e lavagem de dinheiro e aceitou colaborar com a Justiça para escapar da prisão (Kai Pfaffenbach/files/Reuters)

Chuck Blazer (E) e Joseph Blatter: Blazer é acusado de extorsão e lavagem de dinheiro e aceitou colaborar com a Justiça para escapar da prisão (Kai Pfaffenbach/files/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2015 às 23h09.

Nova York - Principal delator do esquema de corrupção da FIFA, o americano Chuck Blazer admitiu que ele e outros dirigentes da entidade receberam propinas durante o processo de escolha das sedes das Copas do Mundo de 1998 e 2010, revelou uma súmula de audiência divulgada nesta quarta-feira.

Réu confesso, o excêntrico milionário barbudo, que foi vice-presidente da Federação de Futebol dos Estados Unidos e membro do comitê executivo da FIFA, é acusado de extorsão e lavagem de dinheiro e aceitou colaborar com a Justiça americana para escapar da prisão.

"Durante o período em que trabalhei para a FIFA e a Concacaf, cometi com outras pessoas pelo menos dois atos de extorsão", admitiu o cartola em depoimento ao tribunal de Nova York, em audiência de 25 de novembro de 2013.

A Copa do Mundo de 1998 foi disputada na França, no ano em que Joseph Blatter assumiu a presidência da FIFA. Já a edição de 2010 aconteceu na África do Sul, e foi a primeira a ser organizada no continente.

"Entre outras coisas, concordei, com outras pessoas, por volta do ano de 1992, com facilitar a aceitação de um esquema de propinas durante o processo de escolha do país-sede da Copa do Mundo de 1998", confessou.

'Senhor 10%'

De acordo com outra súmula de audiência, Blazer diz que estava presente quando um outro membro do esquema aceitou propinas no Marrocos, país que concorria com a França para sediar a competição. A França venceu a disputa por 12 votos, contra sete dos marroquinos.

Blazer também admitiu que ele "e outros membros do comitê executivo da FIFA" aceitaram "a partir de 2004 e até 2011 propinas durante o processo de escolha da África do Sul para sediar a Copa de 2010".

Fortes suspeitas de corrupção já pesavam o Mundial Sul-Africano. Na última segunda-feira, o jornal "The New York Times" acusou o secretário-geral da FIFA, Jerôme Valcke, de ter efetuado o pagamento de 10 milhões de dólares em propinas a Jack Warner, ex-presidente da Concacaf. Desde esta quarta-feira, Warner figura na lista das pessoas mais procuradas pela Interpol.

Valcke e a FIFA negam qualquer irregularidade, alegando que o pagamento foi realizado para financiar projetos de desenvolvimento do futebol no Caribe, como parte do legado da Copa.

Blazer, de 70 anos, é conhecido como o "senhor 10%" do esquema de corrupção da FIFA. Pesando mais de 190 quilos, ele se desloca apenas em um carrinho elétrico e costuma postar na Internet fotos com fantasias de diabo, ou de mestre Jedi.

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoCorrupçãoEscândalosEsportesFifaFraudesFutebol

Mais de Mundo

Trump afirma que declarará cartéis de drogas como organizações terroristas

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia