Presidente do Irã, Hassan Rohani: caminho para concretizar o acordo nuclear será "longo e difícil", segundo ele (Denis Balibouse/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 08h38.
Davos - O presidente do Irã, Hassan Rohani, disse nesta quinta-feira em seu discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos que o caminho para concretizar o acordo nuclear será "longo e difícil", mas que os compromissos adotados em Genebra em novembro do ano passado fizeram com que as relações entre seu país, União Europeia (UE) e Estados Unidos tenham entrado em uma nova fase".
O líder afirmou ainda que seu país não renunciará a sua tecnologia nuclear com fins pacíficos sob nenhuma circunstância.
"Depois de dez anos insistindo em uma postura ideológica finalmente se chegou a condição de que o Irã não vai renunciar a sua tecnologia pacífica. Esta realidade abriu a oportunidade para resolver esta crise", afirmou.
Rohani disse também que o Irã não "aceitará obstáculos ao seu progresso científico" mas demonstrou sua vontade de prosseguir com "seriedade e vontade" o caminho aberto pelas negociações.
"O Irã tem uma forte determinação para alcançar um acordo exaustivo", acrescentou o presidente, convencido de que "as relações com a Europa se normalizarão" e que "o compromisso com os EUA entrou em uma nova fase".
Em virtude dos compromissos de Genebra, firmados em 24 de novembro, o Irã congelou em 20 de janeiro os aspectos mais polêmicos de seu programa nuclear, como as atividades de enriquecimento de urânio acima de 5% e iniciou a destruição de suas reservas de urânio enriquecido a 20%.
Este nível indica que um país domina a tecnologia para chegar ao enriquecimento de 90%, necessário para construir uma bomba atômica.
Nesta semana, o Agência Internacional de Energia Atômica constatou que o Irã estava cumprindo com o estabelecido no chamado Plano de Ação. Em seguida, UE e EUA anunciaram um levantamento de parte das sanções aplicadas ao governo de Teerã.
O Irã e um grupo de potências integrado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha têm agora de um prazo de seis meses para encontrar uma solução definitiva para a questão.
*Atualizada às 09h38 do dia 23/01/2014