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Reino Unido tentará negociar separação amigável diz ministro

A publicação do "Documento Branco" é parte de uma tentativa da primeira-ministra britânica, Theresa May, de manter os parlamentares ao seu lado

Brexit: alguns temem que May esteja levando a nação rumo a um Brexit caótico, sem uma estrutura para uma futura cooperação econômica e de segurança (Getty Images)

Brexit: alguns temem que May esteja levando a nação rumo a um Brexit caótico, sem uma estrutura para uma futura cooperação econômica e de segurança (Getty Images)

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Reuters

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 17h40.

Londres - O Reino Unido fará de tudo para negociar uma separação da União Europeia, o chamado Brexit, que seja mutuamente benéfica, disse o ministro responsável, David Davis, nesta quinta-feira, delineando a estratégia do governo em um documento de política oficial.

A publicação do "Documento Branco" é parte de uma tentativa da primeira-ministra britânica, Theresa May, de manter os parlamentares ao seu lado ao iniciar as conversas formais sobre a desfiliação do país da UE.

O relacionamento futuro do Reino Unido com o bloco vem dividindo as opiniões no Parlamento, onde a maioria dos membros apoiou a permanência na UE no referendo de junho passado.

Alguns temem que May esteja levando a nação rumo a um Brexit caótico, sem uma estrutura para uma futura cooperação econômica e de segurança.

Ao apresentar o texto, Davis defendeu o governo das acusações de não ter dado tempo para que os parlamentares analisassem o Documento Branco -que, segundo alguns, forneceu poucos detalhes além do que a premiê já disse.

"Iremos buscar uma nova parceria estratégica. Um acordo ousado e ambicioso de livre comércio e alfandegário que deveria garantir o comércio mais livre e desimpedido de bens e serviços que é possível", disse Davis à legislatura.

Ele reiterou as prioridades de May nas negociações, que ela quer iniciar antes do fim de março, e o documento deu alguns detalhes sobre como Londres vê o processo de separação, insinuando uma implementação em fases.

A porta-voz de May disse que a duração da assim chamada 'fase de implementação' irá variar para setores diferentes.

A indústria financeira britânica saudou a proposta, que oferece às empresas alguns anos adicionais para se adaptarem, mas disse que o texto detalhou pouco que tipo de acesso ao mercado comum o governo deseja ter.

Malcolm Barr, economista do JP Morgan, disse que "a falta de profundidade da análise e a ausência de detalhes causam muita preocupação".

Vários parlamentares de oposição também disseram que o governo está mantendo o Parlamento no escuro a respeito de seu plano para deixar a UE, uma crítica que vem sendo repetida contra May, que afirmou não querer revelar sua postura para as tratativas.

"Há meses estamos pedindo um plano... agora há um Documento Branco que chega tarde demais para se fazer perguntas relevantes... isso é completamente inaceitável", disse Keir Starmer, porta-voz do opositor Partido Trabalhista para o Brexit.

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