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Refugiados sírios podem chegar a 1,1 milhão até junho

A ONU destacou que as nações desenvolvidas deveriam aceitar mais refugiados e apoiar o plano de um bilhão de dólares aos refugiados


	Campo de refugiados sírios: o problema está piorando à medida que o governo Assad e os grupos de oposição continuam com batalhas sangrentas
 (Aamir Qureshi/AFP)

Campo de refugiados sírios: o problema está piorando à medida que o governo Assad e os grupos de oposição continuam com batalhas sangrentas (Aamir Qureshi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2013 às 11h18.

Tóquio - As Nações Unidas informaram nesta quarta-feira que o número de pessoas que fogem dos combates na Síria pode chegar a 1,1 milhão até junho, e alertou para uma espécie de fadiga provocada pela crise entre os países desenvolvidos em condições de ajudar a resolvê-la.

O Alto Comissário da ONU para os Refugiados (ACNUR), Antonio Guterres, defendeu que a comunidade internacional precisa dar seu apoio a um plano de um bilhão de dólares, promovido por sua agência e por outros grupos internacionais, para suprir as necessidades dos deslocados do conflito sírio.

A situação humanitária na Síria é a "crise mais dramática que estamos enfrentando hoje", afirmou, destacando que as nações desenvolvidas, incluindo os países da Europa, deveriam aceitar mais refugiados, a exemplo da Turquia, Jordânia e Líbano, países que têm recebido levas de refugiados.

Guterres afirmou que o problema dos refugiados na Síria está piorando à medida que o governo do presidente Bashar al-Assad e os grupos de oposição continuam com batalhas sangrentas pelo controle da nação que é rica em recursos energéticos.

Em abril do ano passado, o ACNUR admitiu a existência de um total de 33.000 refugiados sírios, no entanto, a agência tem registrado um aumento de 35.000 pessoas por semana, informou.


"Isto gera uma enorme pressão sobre a capacidade do ACNUR e de recursos para fornecer assistência e proteção", ressaltou.

O representante da ONU reconheceu que os dirigentes políticos podem achar difícil convencer o seu eleitorado para a necessidade de agir quando se deparam com várias demandas como estas que dependem de sua simpatia.

"No ano passado, simultaneamente, tivemos quatro crises de refugiados. No Mali, no Sudão e Sudão do Sul, na Síria e na República Democrática do Congo," falou em coletiva de imprensa em Tóquio.

"Inevitavelmente... há uma certa fatiga porque são muitas as crises. A opinião pública não consegue acompanhá-las como o mesmo interesse", salientou.

Porém, ele alertou que cada uma das crises era importante.

"Todas estas crises geram centenas de milhares de refugiados ao mesmo tempo e correspondem a ameaças globais para a paz e a segurança", ressaltou.

O ex-primeiro-ministro português expressou que a ajuda aos refugiados e a estabilização dos países na África e no Oriente Médio, ricos em recursos energéticos, porém instáveis, estão entre os interesses econômicos dos países ricos, incluindo o Japão.

Guterres realizou uma visita de rotina ao Japão para pedir que o país mantivesse seu apoio financeiro a sua agência.

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