Roma - O projeto de Lei de Orçamentos para 2012, que contém as reformas econômicas mais urgentes prometidas pelo governo italiano à União Europeia (UE) para tranquilizar os mercados, chega nesta sexta-feira ao plenário do Senado, onde deve ser aprovado ainda hoje.

Uma vez aprovadas estas medidas, cuja ratificação definitiva na Câmara dos Deputados deve acontecer no final de semana, está previsto que o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, apresente sua renúncia.

Berlusconi assumiu esse compromisso na terça-feira passada perante o presidente italiano, Giorgio Napolitano, que nestes dias quis tranquilizar os mercados assegurando que após a saída de 'Il Cavalieri' não vai haver um 'prolongado período' de inatividade governamental ou parlamentar.

A opção que aparece com mais força para a era pós-Berlusconi é a formação de um Governo técnico capaz de se entender com todas as forças políticas para tirar a Itália da difícil situação na qual se encontra.

Para liderar esse Governo técnico, o nome mais forte é o do economista e ex-comissário europeu Mario Monti, de 68 anos, que conta com um grande apoio entre as forças parlamentares e que na quarta-feira foi nomeado senador vitalício pelo presidente.

Berlusconi abriu ontem a porta para seu apoio à criação de um possível Governo técnico após sua oposição inicial, embora no seio de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), existam ainda grandes diferenças a esse respeito.

Também se mostraram contrários à formação desse Governo de transição os partidos Liga Norte, parceiro no Executivo de Berlusconi, e o progressista Itália dos Valores (IDV), que defendem a realização de eleições antecipadas.

Por outro lado, a favor dessa opção se manifestaram o chamado Terceiro Polo, na oposição de centro-direita, e a maior parte do progressista Partido Democrata, a principal formação da oposição.

O texto do projeto de Lei de Orçamentos e da 'superemenda' que contém algumas das reformas prometidas à UE foi aprovado ontem pela comissão de Balanço do Senado, que acelerou os trâmites para que o documento estivesse pronto para chegar hoje à Câmara Alta.

Após sua aprovação no Senado, o texto passará à Câmara dos Deputados para sua aprovação definitiva, o que está previsto para sábado ou domingo.