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Reforma da saúde deixaria 14 milhões de americanos sem seguro

Até 2026, 24 milhões de americanos serão excluídos da cobertura, em relação ao dispositivo "Obamacare", aponta o relatório

Republicanos: o texto, atualmente em discussão no Congresso, reduziria em 337 bilhões de dólares o déficit federal americano na próxima década (Douglas Graham/Getty Images)

Republicanos: o texto, atualmente em discussão no Congresso, reduziria em 337 bilhões de dólares o déficit federal americano na próxima década (Douglas Graham/Getty Images)

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AFP

Publicado em 13 de março de 2017 às 17h52.

Última atualização em 13 de março de 2017 às 21h42.

Aproximadamente mais 14 milhões de americanos ficarão sem cobertura de um plano de saúde no próximo ano devido ao projeto republicano de reforma do Obamacare, segundo relatório publicado nesta segunda-feira pelo gabinete de análise do orçamento do Congresso (CBO).

O documento também revela que a aprovação do decreto perante o Congresso no momento - uma medida defendida pelo presidente Donald Trump - reduzirá o déficit federal em aproximadamente 337 bilhões de dólares na próxima década, uma contenção de gastos relativa se comparada ao tamanho da economia americana.

"Em 2018, mais 14 milhões de pessoas deixarão de ter cobertura médica sob a nova legislação, se comparada com a anterior", declarou o gabinete de análise do orçamento do Congresso (CBO) em seu relatório altamente antecipado em relação aos impactos no orçamento a partir da reforma, conhecida como American Health Care Act.

O CBO afirmou que o número de pessoas sem cobertura do sistema de saúde irá disparar nos próximos anos, "para 21 milhões em 2020, e depois para 24 milhões em 2026", em comparação com o número atual de segurados ainda sob o plano implementado pelo antecessor de Trump, o democrata Barack Obama.

O número de pessoas sem cobertura médica aumentaria, portanto, para 52 milhões, contra os 28 milhões existentes no sistema atual, o Obamacare.

Apesar do elevado número de americanos que perderão a cobertura do sistema de saúde, o titular da Câmara de Representantes, Paul Ryan, apresentou uma visão otimista a partir do relatório do CBO.

"Eu reconheço e aprecio a preocupação quanto ao acesso dos cidadãos americanos ao sistema de saúde", disse ele. "Sob o sistema Obamacare, percebemos como sistemas de saúde controlados pelo poder público não significam acesso ao cuidado à saúde, e agora a lei está em colapso".

"Quando as pessoas têm a opção de escolher, os preços baixam", concluiu Ryan.

Já a oposição democrata exigiu a retirada imediata do plano: "o relatório do CBO revela até que ponto as promessas do presidente são vazias quando afirmam que todo mundo estará coberto e os custos serão reduzidos", declarou o líder da minoria, Chuck Schumer.

O secretário de Saúde, Tom Price, denunciou que a avaliação do CBO não contempla as fases da reforma proposta pelo novo governo.

Trump tem multiplicado seus esforços para defender seu projeto e denunciar que a atual legislação é um "desastre".

"A imprensa transmite uma imagem muito positiva do Obamacare (...), mas a lei está implodindo e em 2017 será ainda pior", declarou o presidente em debate público, afirmando que o custo dos seguros de saúdeprivados tem aumentado para a classe média.

Os promotores da reforma defendem que o consumidor possa escolher o seguro que mais lhe convenha no futuro sistema, o que reduziria os preços com a lei da oferta e procura.

O projeto era muito aguardado, uma vez que a reforma enfrenta a oposição da ala moderada e ultraconservadora do Partido Republicano.

Devido às eleições legislativas que acontecerão no próximo ano, alguns legisladores republicanos estão preocupados por uma retirada precoce do Estado federal e pelo fato de que milhões de americanos sem condições financeiras ou de classe média possam ficar sem acesso ao sistema de saúde.

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