Mundo

Reféns turcos são libertados no Iraque

O governo da Turquia anunciou a libertação dos 49 cidadãos capturados pelo EI em 11 de junho durante a tomada do consulado geral turco em Mossul

Comemoração com os reféns libertados (Reuters)

Comemoração com os reféns libertados (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2014 às 11h17.

Quarenta e nove turcos foram libertados neste sábado após três meses de sequestro no Iraque, mantidas sob cativeiro do grupo Estado Islâmico (EI), que avançou na Síria e obrigou dezenas de milhares de curdos a buscar refúgio na Turquia.

O governo da Turquia anunciou a libertação dos 49 cidadãos capturados pelo EI em 11 de junho durante a tomada do consulado geral turco em Mossul, nos primeiros dias da ofensiva dos jihadistas no norte do Iraque.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan afirmou que a libertação aconteceu graças a uma "operação de resgate" dos serviços de inteligência (MIT).

"Começou durante a noite e acabou esta manhã", disse.

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, anunciou que os reféns já estão no país. Entre as vítimas estavam o cônsul geral e sua esposa, vários diplomatas e seus filhos, e integrantes das forças especiais turcas.

Desde junho, as autoridades turcas afirmavam manter "contatos" para obter a libertação dos compatriotas.

O governo conservador islâmico turco apoia a oposição ao presidente sírio Bashar al-Assad e, em várias ocasiões, foi acusado de armar grupos islamitas hostis ao regime de Damasco, como o EI. Ancara nega.

A Turquia se recusou a participar nas operações militares organizadas pela coalizão que combate os jihadistas, alegando que priorizava a proteção da vida dos reféns. Uma explicação que gerou suspeitas.

Quase 40 países decidiram participar, de uma ou outra maneira, na coalizão contra o Estado Islâmico.

Avanço fulgurante na Síria

Em dois dias, o grupo sunita extremista conseguiu um avanço significativo no norte da Síria, com o controle de 60 localidades curdas nas imediações de Ain al-Arab (Koban em idioma curdo), afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Por medo das atrocidades cometidas pelo EI, quase 45.000 curdos buscaram refúgio na Turquia desde quinta-feira, anunciou o vice-primeiro-ministro turco, Numan Kurtulmus.

Outros milhares permaneciam na fronteira.

O OSDH informou que pelo menos 18 jihadistas morreram durante a noite nos combates com as forças curdas. Os confrontos prosseguiam neste sábado.

Segundo o OSDH, pelo menos 300 combatentes curdos entraram na Síria a partir da Turquia e se uniram às milícias curdas YPG em Koban para combater o EI.

"Não temos informações sobre o destino de 800 habitantes destas localidades", afirmou a ONG.

Um deslocado afirmou ao canal Haber-Türk que os jihadistas mataram várias pessoas e cometeram estupros.

Reforço da luta contra o EI

Diante da ofensiva do EI, o Conselho de Segurança da ONU pediu à comunidade internacional que reforce o apoio ao governo iraquiano.

O secretário de Estado americano, John Kerry, espera derrotar a organização jihadista com a "campanha mundial" iniciada por seu país. Ele chegou a declarar que o Irã, que já foi considerado o inimigo número um de Washington, tem um "papel" a desempenhar contra o EI, mas não explicou qual seria.

A coalizão mobilizada por Washington ganhou força nas últimas 48 horas com os primeiros bombardeios franceses no Iraque e a aprovação do Congresso americano para ajudar os rebeldes na Síria.

O EI estaria integrado por 35.000 homens na Síria e no Iraque. O grupo já cometeu uma série de atrocidades nas regiões sob seu controle nos últimos meses, além de ter reivindicado a decapitação de três reféns ocidentais.

Os países ocidentais temem o retorno dos jihadistas que combateram na Síria e no Iraque.

Os serviços de inteligência estrangeiros interceptaram uma conversa em árabe sobre um possível ataque ao Vaticano, informa um jornal italiano. A imprensa belga afirma que as autoridades do país impediram vários atentados.

Neste contexto, as autoridades da Albânia organizam um dispositivo de segurança reforçada para a visita do papa Francisco ao país, no domingo.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEstado IslâmicoEuropaIraqueTurquia

Mais de Mundo

Policial argentino detido na Venezuela é processado por 'terrorismo'

Israel realiza operação perto de importante hospital de Gaza

Incêndio de grandes proporções atinge famosa vila de Natal em parque de Nova York; veja vídeo

Otan reforçará sua presença no Báltico após suposta sabotagem russa de cabo submarino