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Rebeldes sírios sitiam sede de grupo vinculado à Al Qaeda

Raqa, única capital provincial que não caiu nas mãos do regime do presidente Bashar al-Assad desde eclosão da revolta, é principal reduto do grupo EIIL no país

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2014 às 22h38.

O quartel-general dos jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e Levante (EIIL) em Raqa, reduto desde grupo ligado à Al Qaeda, foi cercado nesta segunda-feira pelos rebeldes sírios, que lançaram uma ofensiva generalizada contra os extremistas.

Esta nova frente de combate, opondo o EIIL aos rebeldes - até pouco tempo aliados na luta contra o regime sírio - começou na sexta-feira, menos de duas semanas antes da conferência de paz, prevista para 22 de janeiro na Suíça.

A oposição síria, que acaba de reeleger seu líder Ahmad Jarba, deve discutir nesta segunda-feira sua eventual participação nesta conferência, destinada a encontrar uma solução política para a guerra, que já provocou a morte de mais de 130.000 pessoas em quase três anos, segundo uma ONG.

Raqa, a única capital provincial que não caiu nas mãos do regime do presidente Bashar al-Assad desde a eclosão da revolta, é o principal reduto do EIIL no país.

"Os rebeldes sitiaram a sede do EIIL na cidade de Raqa desde ontem (domingo) à noite. Libertaram 50 prisioneiros sírios detidos pelo EIIL em outro edifício", declarou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

"Os prisioneiros eram rebeldes e militantes capturados pelo EIIL", explicou à AFP Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH.

Os jornalistas estrangeiros e o padre jesuíta Paolo Dall'Oglio sequestrados pelo EIIL estão entre os libertados, segundo o OSDH.

Desde a tomada de Raqa pelos jihadistas, em março de 2013, os ativistas acusam o EIIL de espalhar o terror, praticando assassinatos e sequestros. Centenas de militantes, rebeldes e civis foram detidos na cidade, de acordo com o OSDH.


Criança decapitada

Seus atos bárbaros provocaram a revolta dos insurgentes, levando-os a atacar o EIIL nas províncias de Aleppo (norte) e de Idleb (noroeste). Os combates rapidamente se propagaram para Raqa, deixando dezenas de mortos dos dois lados.

As principais coalizões rebeldes em combate são a poderosa Frente Islâmica, o Exército dos Mujahedines (islamita) e a Frente Revolucionária Síria ("moderada", não-islâmica).

Nesta segunda, o corpo de uma criança decapitada foi encontrado perto de uma sede do EIIL na região de Idleb, segundo o OSDH. Em junho, membros do EIIL haviam causado escândalo ao matar um menino de 15 anos acusado de blasfêmia em Aleppo.

Em Darkouch (Idleb), um atentado com carro-bomba contra um posto de controle rebelde deixou vários mortos, segundo o OSDH. E perto de Aleppo, a Coalizão Opositora denunciou o sequestro de um ex-líder rebelde, acusando implicitamente o EIIL.

A fragmentação dos adversários favorece o regime de Assad, que classifica rebeldes e jihadistas como "terroristas".

"Quando esses grupos estão sob pressão do Exército e faltam reforços, eles se devoram", comentou à AFP uma fonte de segurança.

O Exército do governo manteve os ataques às imediações de Damasco e de Aleppo, deixando 13 mortos nesta segunda, segundo o OSDH.

Washington indicou que o Irã deve pedir a Damasco que pare com os bombardeios contra as áreas rebeldes. Segundo o governo americano, isso vai mostrar que os iranianos podem desempenhar um papel construtivo na crise síria.

A oposição estará na Suíça?

Em um sinal das ramificações do conflito sírio nos países vizinhos, o EIIL assumiu o controle na última semana da cidade iraquiana de Falluja e reivindicou um atentado suicida no Líbano contra um reduto do Hezbollah, o grupo xiita que luta ao lado do regime sírio.

A menos de duas semanas da conferência de paz "Genebra 2", a ONU não incluiu o Irã na lista de convidados. A participação do principal aliado regional de Damasco deve ser discutida durante um encontro no dia 13 de janeiro entre os chefes da diplomacia da Rússia e dos Estados Unidos, que lançaram a iniciativa do evento.

A Coalizão Opositora deve decidir se vai participar na próximas horas, enquanto seu principal membro, o Conselho Nacional Sírio (CNS), já anunciou que vai boicotar a conferência, por não ter garantias de que o presidente Assad vá deixar o poder.

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