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Rebeldes líbios nomeiam presidente de governo interino

Novo presidente deve agora nomear seus ministros, enquanto Kadafi continua no poder

Forças rebeldes na Líbia: Mahmoud Jabril é o chefe do governo da oposição (John Moore/Getty Images)

Forças rebeldes na Líbia: Mahmoud Jabril é o chefe do governo da oposição (John Moore/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2011 às 10h55.

Argel - Os rebeldes líbios designaram Mahmoud Jabril como chefe de Governo interino, no que sinaliza uma mudança na estratégia seguida até agora pelo Conselho Nacional Transitório (CNT), criado em 27 de fevereiro, informou a rede árabe "Al Jazeera".

Segundo a fonte, o novo presidente provisório, que estava à frente do comitê de crise para assuntos militares e exteriores, terá a faculdade de nomear seus ministros.

O novo chefe de Governo provisório até agora havia desempenhado a representação exterior do CNT e tinha viajado a Paris para se encontrar com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, primeiro país a reconhecer oficialmente a autoridade dos rebeldes.

Considerado um reformista, sua designação pode ser interpretada como um passo em busca do reconhecimento exterior, embora até agora os rebeldes tenham evitado essa denominação para tentar diminuir o risco de divisão no país.

Sua escolha para liderar o Governo provisório sediado em Benghazi, 'capital' rebelde, representa a existência de dois Gabinetes no país e a partilha "de facto" da política líbia.

A falta de organização da revolta e os protestos iniciados em Benghazi em 16 de fevereiro - que um dia depois atingiu o país de leste a oeste - foram agravados pela ausência de uma liderança clara entre a mobilização opositora na Líbia, que foi assumida de maneira improvisada por Mustafa Abdel Jalil, ex-ministro da Justiça de Muammar Kadafi.

No entanto, as dissonâncias fizeram-se evidentes desde o primeiro momento por sua particular interpretação das decisões do CNT, cujo vice-presidente e porta-voz oficial, Abdel Hafiz Ghoga, teve de desmenti-lo em várias ocasiões.

Especialmente quando, sem o consenso dos demais conselheiros, defendeu aceitar uma saída para Kadafi com garantias de que os rebeldes não levariam o coronel à Justiça, palavras que suscitaram críticas entre os conselheiros.

À ausência de uma liderança clara e visível somou-se a total descoordenação dos insurgentes, que agiram no plano militar com total falta de estratégia, o que ficou evidenciado quando Kadafi lançou sua contraofensiva e chegou às imediações de Benghazi, onde suas tropas foram detidas pelos ataques aéreos da coalizão internacional.

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