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Reatores de Fukushima alcançam 'parada fria', mas crise persiste

O Japão possui uma enorme tarefa até superar esta crise, já que as autoridades confirmaram que os reatores serão desativados totalmente dentro de 40 anos

A parada fria chega nove meses após o acidente provocado pelo terremoto e tsunami de 11 de março (Tepco/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2011 às 09h55.

Tóquio - O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, anunciou nesta sexta-feira que os três reatores acidentados da usina nuclear de Fukushima estão em condições de 'parada fria', o que encerra a segunda fase do longo caminho para solucionar essa crise atômica.

O anúncio confirma que a temperatura no fundo dos vasos de pressão, que alojam o núcleo do reator, e nos vasos de contenção, que recobrem estes primeiros, é estável e abaixo dos 100 graus centígrados. Os vazamentos radioativos da usina também foram reduzidos de forma substancial.

A conclusão da segunda fase do 'plano de caminho' mostra que todas as medidas anunciadas foram adotas com sucesso. Os riscos de novos acidentes na usina foram rebaixados, assim como a possibilidade de um novo acidente, embora Noda tenha ressaltado que 'isso não significa que o problema nuclear tenha terminado'.

O Japão possui uma enorme tarefa até superar esta crise, já que, na última quinta-feira, as autoridades confirmaram que os reatores serão desativados totalmente dentro de 40 anos. Ainda existem muitas dúvidas em torno dos efeitos a médio e longo prazo deste acidente nuclear, considerado o pior dos últimos 25 anos.

O próprio primeiro-ministro japonês reconheceu nesta sexta-feira que seu Gabinete enfrenta uma série de complicações e obstáculos, entre eles o de resolver a situação das mais de 80 mil famílias que foram desabrigadas por conta do acidente.

No entanto, a partir desta sexta-feira, o Executivo planeja, assim como explicou o primeiro-ministro, pagar todas as indenizações aos desabrigados e cumprir todas as tarefas de descontaminação ao redor da usina.

A partir de janeiro, Noda deverá formar uma equipe com 200 pessoas para trabalhar na descontaminação das casas situadas na zona de exclusão em torno da usina e, em abril, outros 200 trabalhadores serão incorporados nessa tarefa. No total, espera-se que 30 mil operários atuem nas tarefas de limpeza e descontaminação.

Porém, ainda fica por resolver um problema que o primeiro-ministro ressaltou novamente nesta sexta-feira: onde, como e até quando vão conseguir armazenar a terra radioativa que está sendo removida destas áreas.


Estima-se que a usina de Fukushima Daiichi já filtrou um quinto da radioatividade emitida pela usina nuclear de Chernobyl em 1986. Devido à intensidade da crise será difícil calcular o verdadeiro alcance e efeitos que o incidente terá sobre a população, mesmo com todos os esforços e o plano de supervisão do Governo.

Este projeto de supervisão consiste na instalação de 2,7 mil aparatos de medição em toda a província. A ideia é desenvolver um acompanhamento rigoroso da saúde dos habitantes e, especialmente, das crianças.

Os estudos publicados até o momento são pouco carinhosos; uma recente pesquisa da Universidade de Medicina de Fukushima, que examinou 1,7 mil residentes, mostrava que a metade tinha recebido uma radioatividade de mais de um milisievert, o máximo anual recomendado.

O desastre também teve efeitos catastróficos sobre as indústrias locais. No último mês, uma quantidade excessiva de césio foi detectada nos arrozais de Fukushima, o que acabou cancelando a distribuição deste cereal em 4,5 mil fazendas da região.

Na província de Miyagi, próxima da usina, os agricultores se queixam do receio cada vez maior por parte dos consumidores, que passaram a desconfiar que seus produtos e alimentos também estejam contaminados. Segundo os trabalhadores, falta uma ação concreta do Governo para fiscalizar e contornar a radiação nos alimentos.

O primeiro-ministro japonês insistiu que as autoridades efetuarão os 'exames' pertinentes para evitar que produtos contaminados cheguem à mesa dos consumidores.

O acidente nuclear de Fukushima provocou uma queda brusca de preços no mercado alimentício e também acabou afetando o setor da pesca. Além de perder infraestruturas e equipes por causa do tsunami, os pescadores ainda sofrem com a contaminação das águas.

A usina de Fukushima acumula mais de 128 mil toneladas de água radioativa. Apesar da ideia de descontaminar uma parte desta água e despejá-la no mar, o plano não foi levado adiante por conta dos protestos dos pescadores.

Agora, a operadora da usina trabalha em três medidas: fechar os porões para evitar que entre mais água, melhorar o sistema de reciclagem para usá-la no sistema de refrigeração dos reatores e aumentar o número de tanques de armazenamento.

Segundo Noda, todas essas medidas anunciadas fazem parte do grande desafio que afeta não só o Japão, mas 'toda a humanidade'.

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Tóquio - O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, anunciou nesta sexta-feira que os três reatores acidentados da usina nuclear de Fukushima estão em condições de 'parada fria', o que encerra a segunda fase do longo caminho para solucionar essa crise atômica.

O anúncio confirma que a temperatura no fundo dos vasos de pressão, que alojam o núcleo do reator, e nos vasos de contenção, que recobrem estes primeiros, é estável e abaixo dos 100 graus centígrados. Os vazamentos radioativos da usina também foram reduzidos de forma substancial.

A conclusão da segunda fase do 'plano de caminho' mostra que todas as medidas anunciadas foram adotas com sucesso. Os riscos de novos acidentes na usina foram rebaixados, assim como a possibilidade de um novo acidente, embora Noda tenha ressaltado que 'isso não significa que o problema nuclear tenha terminado'.

O Japão possui uma enorme tarefa até superar esta crise, já que, na última quinta-feira, as autoridades confirmaram que os reatores serão desativados totalmente dentro de 40 anos. Ainda existem muitas dúvidas em torno dos efeitos a médio e longo prazo deste acidente nuclear, considerado o pior dos últimos 25 anos.

O próprio primeiro-ministro japonês reconheceu nesta sexta-feira que seu Gabinete enfrenta uma série de complicações e obstáculos, entre eles o de resolver a situação das mais de 80 mil famílias que foram desabrigadas por conta do acidente.

No entanto, a partir desta sexta-feira, o Executivo planeja, assim como explicou o primeiro-ministro, pagar todas as indenizações aos desabrigados e cumprir todas as tarefas de descontaminação ao redor da usina.

A partir de janeiro, Noda deverá formar uma equipe com 200 pessoas para trabalhar na descontaminação das casas situadas na zona de exclusão em torno da usina e, em abril, outros 200 trabalhadores serão incorporados nessa tarefa. No total, espera-se que 30 mil operários atuem nas tarefas de limpeza e descontaminação.

Porém, ainda fica por resolver um problema que o primeiro-ministro ressaltou novamente nesta sexta-feira: onde, como e até quando vão conseguir armazenar a terra radioativa que está sendo removida destas áreas.


Estima-se que a usina de Fukushima Daiichi já filtrou um quinto da radioatividade emitida pela usina nuclear de Chernobyl em 1986. Devido à intensidade da crise será difícil calcular o verdadeiro alcance e efeitos que o incidente terá sobre a população, mesmo com todos os esforços e o plano de supervisão do Governo.

Este projeto de supervisão consiste na instalação de 2,7 mil aparatos de medição em toda a província. A ideia é desenvolver um acompanhamento rigoroso da saúde dos habitantes e, especialmente, das crianças.

Os estudos publicados até o momento são pouco carinhosos; uma recente pesquisa da Universidade de Medicina de Fukushima, que examinou 1,7 mil residentes, mostrava que a metade tinha recebido uma radioatividade de mais de um milisievert, o máximo anual recomendado.

O desastre também teve efeitos catastróficos sobre as indústrias locais. No último mês, uma quantidade excessiva de césio foi detectada nos arrozais de Fukushima, o que acabou cancelando a distribuição deste cereal em 4,5 mil fazendas da região.

Na província de Miyagi, próxima da usina, os agricultores se queixam do receio cada vez maior por parte dos consumidores, que passaram a desconfiar que seus produtos e alimentos também estejam contaminados. Segundo os trabalhadores, falta uma ação concreta do Governo para fiscalizar e contornar a radiação nos alimentos.

O primeiro-ministro japonês insistiu que as autoridades efetuarão os 'exames' pertinentes para evitar que produtos contaminados cheguem à mesa dos consumidores.

O acidente nuclear de Fukushima provocou uma queda brusca de preços no mercado alimentício e também acabou afetando o setor da pesca. Além de perder infraestruturas e equipes por causa do tsunami, os pescadores ainda sofrem com a contaminação das águas.

A usina de Fukushima acumula mais de 128 mil toneladas de água radioativa. Apesar da ideia de descontaminar uma parte desta água e despejá-la no mar, o plano não foi levado adiante por conta dos protestos dos pescadores.

Agora, a operadora da usina trabalha em três medidas: fechar os porões para evitar que entre mais água, melhorar o sistema de reciclagem para usá-la no sistema de refrigeração dos reatores e aumentar o número de tanques de armazenamento.

Segundo Noda, todas essas medidas anunciadas fazem parte do grande desafio que afeta não só o Japão, mas 'toda a humanidade'.

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