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Ratko Mladic: um dos 'senhores da guerra' da Bósnia

Acusado de genocídio, o ex-general é considerado um dos principais artífices da política de "limpeza étnica" no país

Alvo de mandado de prisão desde 1996, o ex-general conseguiu se esconder até 2002 em território sérvio graças à proteção de oficiais (Pascal Guyot/AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2011 às 09h13.

Belgrado - O general servo-bósnio Ratko Mladic entrou para a História como um dos culpados pela matança de milhares de muçulmanos em Srebrenica, e pelo sangrento cerco a Sarajevo na Guerra da Bósnia (1992-1995).

Acusado de genocídio, de crimes de guerra e contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia em 1995, o general Mladic, de 68 anos, é alvo de um mandato de prisão internacional desde 1996.

Ele é considerado um dos principais artífices da política de "limpeza étnica" na Bósnia, junto com o ex-presidente sérvio-bósnio Radovan Karadzic, detido há menos de três anos.

Nascido no dia 12 de março de 1943 na cidade de Bozinovici, no leste da Bósnia, Mladic viveu sua infância traumatizado com a morte de seu pai, assassinado pelas milícias croatas pró-nazistas ("ustachis") quando tinha apenas dois anos.

Mladic, que com o passar dos anos chegaria a general, cresceu acompanhando o acirramento do ódio contra os ustachis e os muçulmanos.

Ávido por vingança, tornou-se um defensor extremo do "povo sérvio ameaçado de genocídio e condenado a desaparecer com a entrada do Islã em território europeu", defendendo ardentemente a ideia de uma "grande Sérvia".


Como líder das milícias separatistas sérvias na Croácia, em 1992, depois da proclamação da Republika Srpska (RS), na Bósnia, foi nomeado comandante das forças sérvias da Bósnia.

Baseando-se na máxima de que "as fronteiras sempre foram traçadas com sangue e os Estados são delimitados com tumbas", Mladic permaneceu impassível e impiedoso no cerco a Sarajevo durante três longos anos.

Em julho de 1995, as tropas que o general mantinha sob suas ordens se apoderaram do enclave muçulmano de Srebrenica, que estava teoricamente sob proteção de forças da ONU, e fizeram estragos, massacrando quase 8.000 muçulmanos desarmados.

No ano seguinte, tendo contra si uma ordem de detenção internacional, Mladic foi destituído pela presidente da RS, Biljana Plavsic.

Entrincheirou-se em seu feudo de Han Pijesak, uma base militar próxima a Sarajevo, e de lá viajou para Belgrado, onde teve uma vida confortável até a queda em 2000 do regime de Slobodan Milosevic.

Passaram-se anos de desmentidos oficiais sobre a permanência do general na Sérvia até que, em 2005, um relatório dos serviços secretos de Belgrado revelou pela primeira vez que tinha ficado escondido até junho de 2002 em território sérvio graças à ajuda de oficiais que o protegiam.

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Belgrado - O general servo-bósnio Ratko Mladic entrou para a História como um dos culpados pela matança de milhares de muçulmanos em Srebrenica, e pelo sangrento cerco a Sarajevo na Guerra da Bósnia (1992-1995).

Acusado de genocídio, de crimes de guerra e contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia em 1995, o general Mladic, de 68 anos, é alvo de um mandato de prisão internacional desde 1996.

Ele é considerado um dos principais artífices da política de "limpeza étnica" na Bósnia, junto com o ex-presidente sérvio-bósnio Radovan Karadzic, detido há menos de três anos.

Nascido no dia 12 de março de 1943 na cidade de Bozinovici, no leste da Bósnia, Mladic viveu sua infância traumatizado com a morte de seu pai, assassinado pelas milícias croatas pró-nazistas ("ustachis") quando tinha apenas dois anos.

Mladic, que com o passar dos anos chegaria a general, cresceu acompanhando o acirramento do ódio contra os ustachis e os muçulmanos.

Ávido por vingança, tornou-se um defensor extremo do "povo sérvio ameaçado de genocídio e condenado a desaparecer com a entrada do Islã em território europeu", defendendo ardentemente a ideia de uma "grande Sérvia".


Como líder das milícias separatistas sérvias na Croácia, em 1992, depois da proclamação da Republika Srpska (RS), na Bósnia, foi nomeado comandante das forças sérvias da Bósnia.

Baseando-se na máxima de que "as fronteiras sempre foram traçadas com sangue e os Estados são delimitados com tumbas", Mladic permaneceu impassível e impiedoso no cerco a Sarajevo durante três longos anos.

Em julho de 1995, as tropas que o general mantinha sob suas ordens se apoderaram do enclave muçulmano de Srebrenica, que estava teoricamente sob proteção de forças da ONU, e fizeram estragos, massacrando quase 8.000 muçulmanos desarmados.

No ano seguinte, tendo contra si uma ordem de detenção internacional, Mladic foi destituído pela presidente da RS, Biljana Plavsic.

Entrincheirou-se em seu feudo de Han Pijesak, uma base militar próxima a Sarajevo, e de lá viajou para Belgrado, onde teve uma vida confortável até a queda em 2000 do regime de Slobodan Milosevic.

Passaram-se anos de desmentidos oficiais sobre a permanência do general na Sérvia até que, em 2005, um relatório dos serviços secretos de Belgrado revelou pela primeira vez que tinha ficado escondido até junho de 2002 em território sérvio graças à ajuda de oficiais que o protegiam.

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