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Ramadã é iniciado em meio a ameaças de ataques extremistas

Muçulmanos iniciaram a comemoração do mês sagrado de jejum sob ameaça de ataques a bares e outros estabelecimentos turísticos


	Jacarta, capital da Indonésia: ataques a bares, restaurantes, prostíbulos e centros de massagens feitos por organizações radicais durante o Ramadã se tornaram frequentes no país nos últimos anos
 (Dimas Ardian/Getty Images)

Jacarta, capital da Indonésia: ataques a bares, restaurantes, prostíbulos e centros de massagens feitos por organizações radicais durante o Ramadã se tornaram frequentes no país nos últimos anos (Dimas Ardian/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2013 às 14h10.

Jacarta - Mais de 200 milhões de muçulmanos iniciaram nesta quarta-feira, na Indonésia, a comemoração do Ramadã, o mês sagrado de jejum, sob a ameaça latente de grupos radicais atacarem bares e outros estabelecimentos turísticos que servem álcool a seus clientes.

A purificação tradicional entre os seguidores de Maomé consiste em evitar comer, beber, fumar e manter relações sexuais entre o amanhecer e o pôr-do-sol.

Ataques a bares e restaurantes, prostíbulos e centros de massagens realizados por organizações radicais durante o Ramadã se tornaram frequentes na Indonésia nos últimos anos.

O grupo extremista Frente de Defensores do Islã (FPI) advertiu que, durante a festividade religiosa, fiscalizará estabelecimentos suspeitos de servir bebidas alcoólicas ou de permitir a prostituição.

"Vamos investigar se atividades pecaminosas que violam as regras, como o consumo de álcool, são praticadas em restaurantes e clubes. Se a polícia e as autoridades não agirem, nós mesmos o faremos", afirmou Salim Assegaf, porta-voz do FPI, ao site local "Tempo".

Conseguir uma taça de vinho ou um copo de cerveja em um local público durante o Ramadã é complicado, já que, para evitar conflitos, alguns bares retiram esses itens do cardápio. Outros estabelecimentos preferem cobrir suas janelas para evitar ataques de radicais e servem bebidas alcoolicas "disfarçadas" em bules e xícaras de chá ou café.

Mas a grande maioria dos muçulmanos indonésios se reúne com a família quando o sol se põe para romper o jejum com um grande banquete.

No entanto, os fiéis notaram um significativo aumento nos preços de todos os produtos por causa do corte no subsídio dos combustíveis anunciado pelo governo.


"Não só os preços das carnes, mas também o de alimentos como as cebolas disparam normalmente nesse mês. Este ano pode ser, inclusive, o mais caro de todos porque os comerciantes alegam que o transporte também encareceu para eles", explicou à Agência Efe Edma Febraini, uma funcionária administrativa de Jacarta.

O preço da gasolina subiu 44% no mês passado em todo o país após o corte dos subsídios anunciado pelo governo indonésio para poder equilibrar os orçamentos estatais e salvar a economia do país.

O Ramadã, que é um dos cinco pilares do islã - junto à oração cinco vezes ao dia, a profissão de fé, a esmola e a peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida -, deve ser cumprido por todo muçulmano, exceto as grávidas, os doentes e as crianças.

"É um mês difícil, mas desde pequena aprendi por que é importante. Se você se alimentar bem, beber muito líquido, e comer frutas antes do amanhecer, o corpo não sofre", disse Hesty Prawati, uma bancária que mora em Jacarta.

A jovem indonésia considera que o "mais bonito" do jejum diário é "compartilhá-lo com a família e com os amigos, e após um dia duro poder celebrar pela noite com todos reunidos em uma festa".

O caráter sagrado do Ramadã, que coincide com o nono mês do calendário islâmico, se deve ao fato de que foi neste período que, segundo a tradição, o profeta Maomé recebeu a revelação do Corão.

O fim do Ramadã é marcado pela festividade do Idul Fitri, quando dezenas de milhões de indonésios vão para os lugares onde nasceram para celebrar com a família.

A Indonésia tem 240 milhões de habitantes, e cerca de 85% de sua população é muçulmana.

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