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Rajoy quer 'regularizar definitivamente' o fim da ETA

Essa é a primeira vez que o líder conservador espanhol fala do fim da violência da ETA, que matou mais de 800 pessoas em cinco décadas

Rajoy participa do debate parlamentar para sua posse como próximo primeiro-ministro espanhol (Dani Pozo/AFP)

Rajoy participa do debate parlamentar para sua posse como próximo primeiro-ministro espanhol (Dani Pozo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2011 às 09h47.

Madri - O líder conservador espanhol Mariano Rajoy manifestou nesta terça-feira sua intenção em 'regularizar definitivamente' o fim do grupo terrorista ETA, que anunciou em outubro a suspensão de sua 'atividade armada', e garantiu que sempre estará 'do lado do Estado de Direito e da lei'.

Essa é a primeira vez que Rajoy fala do fim da violência da ETA, que matou mais de 800 pessoas em cinco décadas, no debate parlamentar para sua posse como próximo primeiro-ministro espanhol.

O anúncio da organização terrorista aconteceu em 20 de outubro, um mês antes das eleições gerais que deram a vitória ao conservador Partido Popular e permitiram, após 15 anos de ausência, que a esquerda independentista basca voltasse com força ao Congresso dos Deputados da Espanha, com sete legisladores.

Após declarar que em sua memória 'sempre estarão as vítimas' da ETA, o líder conservador ressaltou que considerou o comunicado do grupo como uma 'boa notícia', já que muitas pessoas pediam a suspensão de suas atividades há muitos anos.

Rajoy voltou a destacar nesta terça-feira a importância desse anúncio, mas também advertiu que a ETA ainda existe e que 'a tranquilidade total' dos espanhóis só ocorrerá quando 'o grupo terrorista deixar de existir'.


'Espero que possamos regularizar definitivamente esse assunto, contarei com vocês para concretizar essas ideias lógicas, sensatas e morais', concluiu, em resposta aos nacionalistas bascos do PNV, que pediram a Rajoy que 'aproveite essa oportunidade única' para consolidar a paz.

Já os independentistas bascos, que voltam a uma Câmara da qual estiveram ausentes após suas sucessivas campanhas eleitorais serem consideradas ilegais por sua ligação com a ETA, afirmaram a Rajoy que estão 'condenados' a se entenderem.

'Estamos condenados a nos entendermos', disse Iñaki Antigüedad, porta-voz da coalizão Amaiur, que reúne a esquerda independentista basca, em sua estreia no Congresso dos Deputados, na segunda etapa da posse de Rajoy.

Antigüedad pediu a Rajoy que reconheça a 'mudança de ciclo' que ocorreu no País Basco e insistiu que o apoio majoritário que seu partido conseguiu nessa comunidade indica que 'a grande maioria' do povo basco acredita que 'o conflito tem um caráter político'.

O porta-voz afirmou também que os bascos não reivindicarão 'a independência' na Câmara, mas deixou claro que seu partido é a favor 'de um Estado basco e um âmbito basco de decisão'.

Em sua réplica, Rajoy afirmou ao representante da esquerda independentista basca que não lhe devia 'absolutamente nada', recebendo aplausos do PP.

'Nem eu, nem a sociedade espanhola. Nós somos os credores', disse Rajoy. 

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