Quem vai governar o Reino Unido? Dez dias após decidir sair da União Europeia, o país vê até mesmo os principais apoiadores do Brexit abandonarem o barco. Nesta terça-feira, começa o processo que vai escolher o novo líder do partido conservador e o primeiro-ministro, mas falta quem queira assumir a responsabilidade.

O ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, e o líder do partido britânico pela independência (UKIP), Nigel Farage, vozes cruciais na campanha, já falaram que não querem ser protagonistas de nada. O secretário de Justiça Michael Gove, que defendeu ferozmente as barreiras aos imigrantes ao lado de Johnson, decidiu assumir os holofotes e entrar na corrida eleitoral – num ato que foi considerado traição com o colega de partido e de campanha.

Por hora, juntam-se a ele na disputa quatro outros candidatos: a secretária de estado Theresa May, que defendeu a permanência na União Europeia; a ministra de Clima e Energia Andrea Leadsom, cristã fanática que disse acreditar em seu potencial de ser a próxima Margareth Thatcher e conquistou o apoio de Johnson na segunda-feira; Stephen Crabb, secretário de estado do País de Gales e aliado de Cameron na briga pela permanência; e o ex-secretário de Defesa Liam Fox, que alegou que o Reino Unido estará seguro em suas mãos.

Enquanto Michael Gove é reconhecido como especialista em discursos de ódio, os outros candidatos ainda estão tentam afinar um discurso que conquiste os 330 congressistas do partido. Haverá três votações no Parlamento, com o candidato menos votado sendo eliminado da disputa: hoje, dia 7 e dia 12 de julho, quando apenas dois restarão. O próximo primeiro-ministro será escolhido numa votação que vai envolver cerca de 150.000 membros do partido conservador e o vencedor será anunciado em 9 de setembro. A dúvida é quem sobra de pé até lá.