Kamala Harris: Sua carreira começou em 1990, quando se tornou promotora no condado de Alameda (Sean Rayford/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 21 de julho de 2024 às 15h49.
Última atualização em 21 de julho de 2024 às 15h52.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo, 21, a desistência da sua campanha para um segundo mandato sob intensa pressão dos líderes democratas. A desistência visa encontrar um novo candidato que possa impedir o ex-presidente Donald Trump de retornar à Casa Branca.
Esse novo nome pode ser o de Kamala Harris, vice-presidente, nome indicado por Biden como candidata democrata nas eleições deste ano. O apoio de Biden ao nome da Kamala não garante que ela será a candidata.
O processo de substituição não está claro e poderá levar o partido a uma situação atípica. Será necessário realizar uma reunião de emergência na qual sua comissão de normas e regulamentos deve estabelecer o processo para efetuar a substituição. A decisão sobre a nova candidatura deverá ser definida até a Convenção Nacional Democrata, marcada para os dias 19 a 22 de agosto, em Chicago.
Nascida em 20 de outubro de 1964, em Oakland, Califórnia, Kamala é filha de imigrantes — sua mãe, Shyamala Gopalan, uma pesquisadora do câncer de mama e ativista de direitos civis de origem indiana, e seu pai, Donald Harris, um economista jamaicano — e foi criada em um ambiente que valorizava a educação e a justiça social. Assim, formou-se em Ciências Políticas e Economia pela Universidade Howard, uma das mais prestigiadas universidades historicamente negras dos EUA, e depois obteve seu diploma de Direito pela Universidade da Califórnia, Hastings.
Sua carreira começou em 1990, quando se tornou promotora no condado de Alameda, na Califórnia. Em 2003, ela foi eleita procuradora-distrital de São Francisco, onde implementou reformas progressistas no sistema judicial, como programas de reabilitação para crimes menores. Poucos anos mais tarde, em 2010, foi eleita procuradora-geral da Califórnia, tornando-se a primeira mulher e a primeira pessoa negra a ocupar o cargo.
A carreira política despontou a partir de 2017, como estrela em ascensão do Partido Democrata após ser eleita senadora na Califórnia. Quase imediatamente, ela fez seu nome em Washington com seu estilo incisivo em audiências no Senado, interrogando seus adversários em momentos de alto risco que muitas vezes se tornavam virais.
Com boa performance em debates, inclusive contra o próprio Biden, Harris ganhou destaque entre progressistas, mas acabou não conseguindo apoio suficiente para continuar forte na disputa pela nomeação.
Quando Biden foi escolhido, ele iniciou o processo de seleção de um companheiro de chapa, com um foco explícito em escolher uma mulher, preferencialmente negra, para refletir a diversidade do partido e do país. Harris estava entre os principais nomes considerados, junto com outras figuras de destaque do partido, como Elizabeth Warren e Stacey Abrams.
Enfim, em agosto de 2020, Biden a escolheu como sua companheira de chapa, numa decisão histórica e simbólica. Sobre o convite, Harris afirmou que estava "incrivelmente honrada e pronta para trabalhar".
Já durante a campanha, Kamala continuou com a mesma energia para atacar e criticar vigorosamente a administração de Trump e seu vice, Mike Pence, em seu mandato. Um dos momentos de destaque foi em um debate contra Pence, o único realizado na época, mostrando-se firme em suas declarações e chamando a atenção para si quando pedia para não ser interrompida pelo adversário: "Se o senhor não se importar em me deixar terminar, poderemos ter um diálogo."
Entre os cotados para substituí-lo na disputa, estão o governador da Califórnia, Gavin Newsom, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, e mais alguns nomes.