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Quase 90 mortos em uma série de atentados na Síria

Ataques aconteceram em áreas controladas pelo governo sírio. Estado islâmico reivindicou ataque duplo na cidade de Homs

Pessoas inspecionam local onde duas bombas explodiram na cidade de Homs, na Síria: conflitos aconteceram neste domingo (21) (REUTERS/SANA/Handout)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2016 às 15h32.

Quase 90 pessoas foram mortas neste domingo em uma série de ataques em áreas controladas pelo regime sírio, enquanto os Estados Unidos continuavam a pressionar por uma trégua, anunciando um acordo "provisório" para a cessação das hostilidades.

O grupo extremista Estado Islâmico ( EI ) reivindicou o ataque duplo que atingiu neste domingo um bairro na cidade de Homs (centro), onde 57 pessoas morreram, segundo uma ONG. Trinta outras pessoas morreram nas proximidades de um santuário xiitas ao sul de Damasco em pelo menos três ataques.

Neste contexto e apesar dos fracassos dos esforços anteriores para instaurar um cessar-fogo, o secretário de Estado John Kerry anunciou em Amã "um acordo provisório" com a Rússia sobre os termos de uma trégua que "poderia começar nos próximos dias".

A multiplicação de protagonistas, as profundas divisões internacionais e a ascensão dos grupos jihadistas Estado Islâmico (EI) e Frente Al-Nosra, minam os esforços para uma resolução do conflito sírio, que em cinco anos fez mais de 260.000 mortos e forçou ao exílio mais da metade da população.

Além dos violentos combates em todas as frentes entre os vários beligerantes, um duplo atentado com carro-bomba atingiu neste domingo o bairro Al-Zahra, em Homs, fazendo 57 mortos e dezenas de feridos, a maioria civis, de acordo com Observatório Sírio dos Direitos Humanos direitos (OSDH).

O EI indicou em um comunicado que o duplo ataque foi realizado por dois de seus membros conduzindo "dois carros-bomba que visaram locais com grande concentração de pessoas" no bairro de Al-Zahra, cuja população é predominantemente alauíta, comunidade minoritária à qual pertence o presidente sírio Bashar al-Assad.

Trata-se do pior atentado na cidade desde outubro de 2014, quando 55 pessoas, incluindo 49 crianãs, morreram em frente a uma escola.

Poucas horas depois, ao menos 30 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em uma série de atentados próximos a um santuário xiita ao sul da capital Síria, Damasco, informaram a televisão pública e uma ONG.

A televisão estatal deu um saldo de 30 mortos em três atentados, um deles com carro-bomba, cometidos por suicidas. "Os atentados coincidiram com a saída de uma escola, por isso morreram vários alunos", informou a televisão.

No final de janeiro, ao menos 70 pessoas morreram em um triplo atentado perto deste mesmo santuário, ataque que havia sido reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI). Sayeda Zeinab é um importante santuário xiita e abriga o mausoléu de uma das netas do profeta Maomé.

À espera de Obama e Putin

Em outras frentes, os combates prosseguiam entre a forças do regime e os rebeldes, além de outros confrontos entre as forças curdas e jihadistas, ou ainda rebeldes e jihadistas.

Na província de Aleppo (norte), as forças do regime conseguiram avançar com o apoio fundamental da aviação russa e do Hezbollah libanês. Ao menos 50 jihadistas do EI foram mortos nos combates com o exército.

A estes atores, soma-se o envolvimento militar de grandes potências no conflito: a Rússia apoia o regime com a sua aviação e a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos bombardeia o EI. E na semana passada, a Turquia iniciou ataques aéreos contra as forças curdas sírias perto da fronteira.

Esta situação muito complexa dificulta a aplicação de um acordo que seja acordado por todas as partes, apesar dos esforços da ONU e especialmente dos Estados Unidos.

Neste domingo, antes de uma reunião com o rei Abdullah da Jordânia, Kerry anunciou durante uma coletiva de imprensa em Amã que voltou a falar ao telefone com seu colega russo, Sergei Lavrov.

"Ainda não está concluído, mas espero que os nossos presidentes, o presidente (Barack) Obama e o presidente (Vladimir) Putin, possam conversar nos próximos dias para tentar completar este trabalho", acrescentou Kerry.

Contudo, Moscou anunciou no sábado que continuará a ajudar o regime do presidente Bashar al-Assad a combater os "terroristas".

"Estamos mais perto hoje de um cessar-fogo", assegurou o chefe da diplomacia americana, que negocia há vários dias com Moscou para a implementação deste componente do acordo internacional concluído em Munique, em 11 e 12 de fevereiro.

Kerry e Lavrov são os principais arquitetos do Acordo de Munique do Grupo Internacional de Apoio à Síria (ISSG), sob o qual 17 países e três organizações multilaterais concordaram com a "cessação das hostilidades" na Síria em princípio a partir de sexta-feira, 19 de fevereiro, mas os combates continuaram.

Com o regime considerando difícil a implementação do cessar-fogo, a oposição impondo condições quase inatingíveis e grupos jihadistas fora de controle, é difícil conceber uma trégua.

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Quase 90 pessoas foram mortas neste domingo em uma série de ataques em áreas controladas pelo regime sírio, enquanto os Estados Unidos continuavam a pressionar por uma trégua, anunciando um acordo "provisório" para a cessação das hostilidades.

O grupo extremista Estado Islâmico ( EI ) reivindicou o ataque duplo que atingiu neste domingo um bairro na cidade de Homs (centro), onde 57 pessoas morreram, segundo uma ONG. Trinta outras pessoas morreram nas proximidades de um santuário xiitas ao sul de Damasco em pelo menos três ataques.

Neste contexto e apesar dos fracassos dos esforços anteriores para instaurar um cessar-fogo, o secretário de Estado John Kerry anunciou em Amã "um acordo provisório" com a Rússia sobre os termos de uma trégua que "poderia começar nos próximos dias".

A multiplicação de protagonistas, as profundas divisões internacionais e a ascensão dos grupos jihadistas Estado Islâmico (EI) e Frente Al-Nosra, minam os esforços para uma resolução do conflito sírio, que em cinco anos fez mais de 260.000 mortos e forçou ao exílio mais da metade da população.

Além dos violentos combates em todas as frentes entre os vários beligerantes, um duplo atentado com carro-bomba atingiu neste domingo o bairro Al-Zahra, em Homs, fazendo 57 mortos e dezenas de feridos, a maioria civis, de acordo com Observatório Sírio dos Direitos Humanos direitos (OSDH).

O EI indicou em um comunicado que o duplo ataque foi realizado por dois de seus membros conduzindo "dois carros-bomba que visaram locais com grande concentração de pessoas" no bairro de Al-Zahra, cuja população é predominantemente alauíta, comunidade minoritária à qual pertence o presidente sírio Bashar al-Assad.

Trata-se do pior atentado na cidade desde outubro de 2014, quando 55 pessoas, incluindo 49 crianãs, morreram em frente a uma escola.

Poucas horas depois, ao menos 30 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em uma série de atentados próximos a um santuário xiita ao sul da capital Síria, Damasco, informaram a televisão pública e uma ONG.

A televisão estatal deu um saldo de 30 mortos em três atentados, um deles com carro-bomba, cometidos por suicidas. "Os atentados coincidiram com a saída de uma escola, por isso morreram vários alunos", informou a televisão.

No final de janeiro, ao menos 70 pessoas morreram em um triplo atentado perto deste mesmo santuário, ataque que havia sido reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI). Sayeda Zeinab é um importante santuário xiita e abriga o mausoléu de uma das netas do profeta Maomé.

À espera de Obama e Putin

Em outras frentes, os combates prosseguiam entre a forças do regime e os rebeldes, além de outros confrontos entre as forças curdas e jihadistas, ou ainda rebeldes e jihadistas.

Na província de Aleppo (norte), as forças do regime conseguiram avançar com o apoio fundamental da aviação russa e do Hezbollah libanês. Ao menos 50 jihadistas do EI foram mortos nos combates com o exército.

A estes atores, soma-se o envolvimento militar de grandes potências no conflito: a Rússia apoia o regime com a sua aviação e a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos bombardeia o EI. E na semana passada, a Turquia iniciou ataques aéreos contra as forças curdas sírias perto da fronteira.

Esta situação muito complexa dificulta a aplicação de um acordo que seja acordado por todas as partes, apesar dos esforços da ONU e especialmente dos Estados Unidos.

Neste domingo, antes de uma reunião com o rei Abdullah da Jordânia, Kerry anunciou durante uma coletiva de imprensa em Amã que voltou a falar ao telefone com seu colega russo, Sergei Lavrov.

"Ainda não está concluído, mas espero que os nossos presidentes, o presidente (Barack) Obama e o presidente (Vladimir) Putin, possam conversar nos próximos dias para tentar completar este trabalho", acrescentou Kerry.

Contudo, Moscou anunciou no sábado que continuará a ajudar o regime do presidente Bashar al-Assad a combater os "terroristas".

"Estamos mais perto hoje de um cessar-fogo", assegurou o chefe da diplomacia americana, que negocia há vários dias com Moscou para a implementação deste componente do acordo internacional concluído em Munique, em 11 e 12 de fevereiro.

Kerry e Lavrov são os principais arquitetos do Acordo de Munique do Grupo Internacional de Apoio à Síria (ISSG), sob o qual 17 países e três organizações multilaterais concordaram com a "cessação das hostilidades" na Síria em princípio a partir de sexta-feira, 19 de fevereiro, mas os combates continuaram.

Com o regime considerando difícil a implementação do cessar-fogo, a oposição impondo condições quase inatingíveis e grupos jihadistas fora de controle, é difícil conceber uma trégua.

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