"Quantos corpos?", questionou manifestante de Mianmar morto em dia sangrento
Um dia antes de ser assassinado, o engenheiro de rede de internet Nyi Nyi Aung Htet Naing postou no Facebook sobre a violenta repressão militar aos protestos pró-democracia, que já deixaram 18 mortos
Ivan Padilla
Publicado em 28 de fevereiro de 2021 às 15h06.
Última atualização em 1 de março de 2021 às 15h32.
Um dia antes de ser morto, o engenheiro de rede de internet Nyi Nyi Aung Htet Naing postou no Facebook sobre a cada vez mais violenta repressão militar aos protestos pró-democracia em Mianmar .
"#De_Quantos_Corpos_A_ONU_Precisa_Para_Tomar_Uma_Ação", questionou ele.
Naing foi um dos primeiros mortos a tiros na maior cidade de Mianmar, Yangon, neste domingo, dia mais sangrento desde o golpe de 1º de fevereiro que tem gerado protestos diários contra a junta e exigido a libertação da líder eleita Aung San Suu Kyi.
O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas disse que pelo menos 18 pessoas foram mortas e 30 ficaram feridas neste domingo, elevando o número total de manifestantes mortos desde o golpe para pelo menos 21. O Exército diz que um policial morreu nos protestos.
O Reino Unido disse neste domingo que a escalada da violência contra manifestantes em Mianmar é abominável e pediu aos líderes militares do país que restaurem a democracia.
"Ao lado de EUA e Canadá, o Reino Unido agiu impondo sanções de direitos humanos contra nove oficiais militares de Mianmar, incluindo o comandante-chefe do país, pelo papel deles no golpe", disse uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido.
"Estamos seguros de que essa violência deve parar e a democracia, ser restaurada."
As autoridades de Mianmar não responderam aos pedidos de comentários sobre a violência deste domingo.