Roberto Azevêdo: há uma esperança que a cooperação internacional ajude a minimizar os prejuízos (Arnd Wiegmann/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2020 às 06h28.
Última atualização em 8 de abril de 2020 às 06h58.
O mundo aguarda ansioso por sinais concretos do impacto da pandemia do novo coronavírus na economia global. Nesta quarta-feira, evidências virão à tona com a publicação do relatório de projeções para o comércio internacional em 2021 pela Organização Mundial do Comércio (OMC), já considerando os efeitos da covid-19 e das quarentenas nas relações comerciais.
A expectativa é grande, mas as notícias que virão não devem ser animadoras. Desde o fim de março, quando o novo coronavírus se propagava rapidamente mundo afora e atingia em cheio grandes economias, a entidade dirigida pelo diplomata brasileiro Roberto Azevêdo alertava para o grau de complexidade e a gravidade da crise econômica que a doença causaria.
“Essa pandemia terá um impacto inevitável na economia e projeções mostram que a crise econômica e o desemprego serão ainda piores do que a crise financeira 12 anos atrás”, disse ele em um comunicado divulgado à imprensa. Ainda de acordo com o diplomata, que lidera a OMC desde 2013, os economistas da entidade não devem trazer boas notícias no relatório a ser divulgado nesta quarta e esperam quedas bruscas no comércio internacional.
De acordo com Azevêdo, há uma esperança que a cooperação internacional ajude a minimizar os prejuízos. Embora em baixa nos últimos anos, principalmente com o crescente protecionismo comercial em vários países, a OMC ressalta que o momento é de cooperação.
Os países precisam trabalhar em conjunto, algo que ajudaria a fortalecer as respostas domésticas e ampliaria o poder de combate coletivo contra a recessão. Os Estados Unidos e a China, que passaram boa parte de 2018 e 2019 embrenhados em uma guerra comercial, que o digam.