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Putin repudia "provocação" dos "Panama Papers"

O presidente da Rússia minimizou as reportagens segundo as quais bilhões de dólares em contas de empresas offshore no Panamá podem estar ligados a ele

Vladimir Putin: ele afirmou aos russos comuns que a crise econômica do país irá amenizar no ano que vem (Mikhail Klimentyev / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2016 às 18h23.

Moscou - O presidente da Rússia , Vladimir Putin , minimizou nesta quinta-feira as reportagens da mídia segundo as quais bilhões de dólares em contas de empresas offshore no Panamá podem estar ligados a ele dizendo se tratar de uma "provocação" apoiada pelos Estados Unidos, e afirmou aos russos comuns que a crise econômica do país irá amenizar no ano que vem.

O vazamento de documentos confidenciais do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca no início deste mês revoltou o Kremlin, que se viu forçado a responder indagações sobre contas de empresas offshore supostamente pertencentes a um dos melhores amigos de Putin.

Falando em conversa telefônica durante um programa de televisão, um evento anual durante o qual responde perguntas de cidadãos de todo o país, Putin fez pouco caso do vazamento e das reportagens subsequentes, que disse serem parte de um complô sinistro endossado pelos EUA cujo objetivo é desacreditar políticos russos antes das eleições parlamentares do final deste ano.

"Eles precisam entender que a questão não diz respeito a pessoas específicas, a indivíduos, não importa que posição ocupem na Rússia", afirmou Putin, depois de criticar vigorosamente autoridades dos EUA e o banco norte-americano Goldman Sachs.

"A questão diz respeito ao país, que não pode ser manipulado." Putin defendeu seu amigo Sergei Roldugin, que, de acordo com os relatos baseados nos "Panama Papers", tem um império comercial envolvido em transações em paraísos fiscais que podem ser conectadas a Putin.

"Quem faz isso, essas provocações? Sabemos que há alguns funcionários de instituições norte-americanas oficiais", disse o líder russo.

Mas o foco dos comentários do ex-agente da KGB foram os problemas cotidianos dos eleitores.

Ele apresentou a si mesmo e ao partido governista Rússia Unida como uma âncora de estabilidade em um momento no qual a economia está encolhendo e os desdobramentos financeiros das desavenças de Moscou com o Ocidente ainda se fazem sentir.

Diante de um quadro de queda no poder aquisitivo, preocupação com a inflação alta, salários atrasados e autoridades corruptas, Putin adotou uma postura de 'pai da nação', mostrando entender que muitas pessoas estão sofrendo, mas que o crescimento econômico irá retornar no ano que vem.

Encarar os receios da população a respeito da economia é crucial para o Kremlin antes do pleito parlamentar de setembro, e o governo vem monitorando atentamente as várias regiões do país para detectar quaisquer sinais de inquietação. O evento televisionado desta quinta-feira ofereceu uma plataforma controlada para que as pessoas desabafassem e se sentissem ouvidas.

Encerrando sua participação depois de três horas e 40 minutos, Putin disse ter ouvido muitas perguntas emotivas de cidadãos preocupados.

"Compartilho as suas preocupações em quase 100 por cento dos casos", afirmou. "Trabalharemos juntos para que seus problemas sejam aliviados."

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Moscou - O presidente da Rússia , Vladimir Putin , minimizou nesta quinta-feira as reportagens da mídia segundo as quais bilhões de dólares em contas de empresas offshore no Panamá podem estar ligados a ele dizendo se tratar de uma "provocação" apoiada pelos Estados Unidos, e afirmou aos russos comuns que a crise econômica do país irá amenizar no ano que vem.

O vazamento de documentos confidenciais do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca no início deste mês revoltou o Kremlin, que se viu forçado a responder indagações sobre contas de empresas offshore supostamente pertencentes a um dos melhores amigos de Putin.

Falando em conversa telefônica durante um programa de televisão, um evento anual durante o qual responde perguntas de cidadãos de todo o país, Putin fez pouco caso do vazamento e das reportagens subsequentes, que disse serem parte de um complô sinistro endossado pelos EUA cujo objetivo é desacreditar políticos russos antes das eleições parlamentares do final deste ano.

"Eles precisam entender que a questão não diz respeito a pessoas específicas, a indivíduos, não importa que posição ocupem na Rússia", afirmou Putin, depois de criticar vigorosamente autoridades dos EUA e o banco norte-americano Goldman Sachs.

"A questão diz respeito ao país, que não pode ser manipulado." Putin defendeu seu amigo Sergei Roldugin, que, de acordo com os relatos baseados nos "Panama Papers", tem um império comercial envolvido em transações em paraísos fiscais que podem ser conectadas a Putin.

"Quem faz isso, essas provocações? Sabemos que há alguns funcionários de instituições norte-americanas oficiais", disse o líder russo.

Mas o foco dos comentários do ex-agente da KGB foram os problemas cotidianos dos eleitores.

Ele apresentou a si mesmo e ao partido governista Rússia Unida como uma âncora de estabilidade em um momento no qual a economia está encolhendo e os desdobramentos financeiros das desavenças de Moscou com o Ocidente ainda se fazem sentir.

Diante de um quadro de queda no poder aquisitivo, preocupação com a inflação alta, salários atrasados e autoridades corruptas, Putin adotou uma postura de 'pai da nação', mostrando entender que muitas pessoas estão sofrendo, mas que o crescimento econômico irá retornar no ano que vem.

Encarar os receios da população a respeito da economia é crucial para o Kremlin antes do pleito parlamentar de setembro, e o governo vem monitorando atentamente as várias regiões do país para detectar quaisquer sinais de inquietação. O evento televisionado desta quinta-feira ofereceu uma plataforma controlada para que as pessoas desabafassem e se sentissem ouvidas.

Encerrando sua participação depois de três horas e 40 minutos, Putin disse ter ouvido muitas perguntas emotivas de cidadãos preocupados.

"Compartilho as suas preocupações em quase 100 por cento dos casos", afirmou. "Trabalharemos juntos para que seus problemas sejam aliviados."

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