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Putin rejeita previsão de sucessor

O presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou falar em um eventual sucessor, o que endossou o papel de um líder paternalista

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O presidente russo, Vladimir Putin, em discurso: ao ser questionado se já tinha em mente o nome de um sucessor, ele respondeu: "eu não disse nada e não há nada a dizer" (Vasily Maximov/AFP)

O presidente russo, Vladimir Putin, em discurso: ao ser questionado se já tinha em mente o nome de um sucessor, ele respondeu: "eu não disse nada e não há nada a dizer" (Vasily Maximov/AFP)

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Marina Lapenkova

Publicado em 19 de dezembro de 2013 às, 12h10.

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou nesta quinta-feira falar em um eventual sucessor, o que endossou o papel de um líder paternalista, inclusive para com "o povo irmão ucraniano", ressaltando que não irá tolerar na Rússia manifestações como as registradas em Kiev.

Durante sua coletiva de imprensa anual, Putin, no Kremlin desde 2000 com um período como primeiro-ministro entre 2008 e 2012, quis mostrar que ele mantém firme em suas mãos as rédeas do poder.

Ao ser questionado por um jornalista se ele já tinha em mente o nome de um sucessor, ele respondeu: "Eu não disse nada e não há nada a dizer".

Ele evitou uma pergunta sobre as chances de seu primeiro-ministro Dmitry Medvedev, que foi presidente quando ele era chefe do Governo, de substituí-lo como chefe de Estado.

"Eu considero o trabalho do governo satisfatório", afirmou, antes de acrescentar que "obviamente há coisas que podem e devem em minha opinião ser conduzidas de forma enérgica, com mais eficiência, a tempo... há coisas que se arrastam".

O presidente, de 61 anos, que no passado não descartou a possibilidade de concorrer a um quarto mandato na próxima eleição presidencial, em 2018, disse, no entanto, que não tem a intenção de permanecer no poder por toda a vida.

"Nós temos uma Constituição, e é sob esta Constituição que os órgãos de poder são formados. É por isso que nada irá mudar. Acredito que é inútil e perigoso para a estabilidade do Estado", declarou.

Durante a coletiva de quatro horas que, às vezes, se voltava para uma apresentação das queixas dos jornalistas de locais mais distantes na Rússia, ou para a exposição de problemas locais, Putin tomava notas e prometia corrigir problemas específicos, solicitando esclarecimentos sobre a ocasião.

O ex-agente da KGB também garantiu a segurança e valores do país.

Desta forma, excluiu manifestações não autorizadas em Moscou como as que têm sido organizadas em Kiev.


"Qualquer ação deve permanecer dentro da lei. Se alguém sair deste quadro, o Estado será, então, obrigado, e quero enfatizar isso - não se trata de vontade política, mas de obrigações dos órgãos do governo - de restaurar a ordem", disse ele com um tom de voz firme.

"Caso contrário, o desenvolvimento de tais eventos pode levar ao caos".

Ele voltou a defender os "valores morais tradicionais" na Rússia.

"É importante não criticar os valores ocidentais, mas defender o nosso povo contra alguns pseudo-valores que os nossos cidadãos não desejam aceitar", indicou Putin.

O presidente russo ressaltou a necessidade "de se proteger do comportamento agressivo de certos grupos sociais que impõem seus pontos de vista sobre os outros de maneira bastante agressiva", em uma aparente referência a grupos de defesa dos direitos gays.

Seguindo esta mesma linha, ele lamentou o comportamento "degradante" de duas jovens do grupo Pussy Riot, presas por cantarem uma "oração punk" contra ele na catedral de Moscou. As duas poderiam muito em breve beneficiar de uma anistia.

Sobre a Ucrânia, ele também adotou um tom paternalista.

"Costumamos dizer que é um povo irmão, um país irmão, então devemos agir como parentes e apoiar o povo ucraniano que está em uma situação difícil", afirmou ao ser perguntado sobre os 15 bilhões dólares e uma redução de um terço do preço do gás concedidos pela Rússia a Kiev na terça-feira.

Quanto ao Ocidente, Putin procurou garantir que a Rússia não implantou mísseis nucleares Iskander no enclave ocidental de Kaliningrado como afirmou recentemente um jornal alemão.

Mas ele acompanhou esta declaração com um aviso: esta decisão não foi tomada "ainda".

Ele também indicou que os serviços secretos russos nunca entrevistaram o ex-consultor da inteligência americana refugiado em Moscou Edward Snowden sobre as atividades da CIA e da NSA.

Além disso, Putin declarou que está prestes a assinar um decreto de perdão do ex-magnata do petróleo Mikhail Khodorkovsky, preso desde 2003.

"Mikhail Khodorkovsky, de acordo com a lei, escreveu uma solicitação, ele nunca o fez, mas recentemente ele escreveu esta carta e falou comigo para me pedir perdão", indicou Putin.

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