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Putin ratifica incorporação da Crimeia à Rússia

Vladimir Putin assinou nesta terça um tratado que converte a Crimeia em parte integrante da Rússia, após um discurso patriótico

Vladimir Putin, presidente russo: Putin assinou o tratado histórico com o primeiro-ministro da Crimeia, Serguei Axionov, e outros líderes regionais (Mikhail Metzel/RIA Novosti/Kremlin/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2014 às 14h02.

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin , assinou nesta terça-feira um tratado que converte a Crimeia em parte integrante da Rússia , após um discurso patriótico no qual afirmou que a península sempre foi considerada parte da pátria russa.

Rapidamente, o Kremlin anunciou que após a assinatura do tratado a Crimeia deixa de ser território ucraniano e volta a ser, a partir desta terça-feira, parte integrante da Rússia, a qual pertenceu até 1954.

Putin assinou o tratado histórico com o primeiro-ministro da Crimeia, Serguei Axionov, e outros líderes regionais em uma cerimônia no Kremlin, na presença de representantes das duas câmaras do Parlamento russo, dos governadores das regiões e de integrantes do governo de Moscou.

Apesar da entrada em vigor imediata da anexação, os parlamentares russos precisam ratificar uma lei de incorporação da Crimeia e da cidade de Sebastopol, que tem um status especial e onde está baseada a frota russa do Mar Negro.

Respaldado pelas potências ocidentais, o governo ucraniano anunciou que nunca reconhecerá a integração da Crimeia à Rússia, que para Kiev "não tem nada a ver com a democracia, o direito ou o senso comum".

O tratado desta terça-feira é o complemento da série de anúncios feitos na segunda-feira pelas autoridades da Crimeia, que em poucas horas proclamaram a independência da região da Ucrânia, solicitaram a união com a Rússia, dissolveram as unidades militares ucranianas em seu território, introduziram o rublo como moeda e decretaram a passagem ao fuso horário de Moscou a partir de 30 de março.

As autoridades locais anunciaram as medidas amparadas pelos resultados do referendo de domingo, quando quase 97% dos eleitores da Crimeia votaram a favor da anexação à Rússia e a saída da Ucrânia, governada por um Executivo pró-Ocidente desde a destituição do presidente pró-Moscou Viktor Yanukovytch em 22 de fevereiro.

Crimeia é 'parte inseparável da Rússia'

Antes da assinatura do tratado, Putin fez um discurso em tom patriótico, no qual afirmou que "no coração e na mente das pessoas, a Crimeia era e continua sendo uma parte inseparável da Rússia".

Ele criticou a decisão tomada pelo líder soviético Nikita Kruschev, que em 1954 entregou a Crimeia à Ucrânia.


Putin observou que quando a União Soviética acabou, em 1991, e a "Crimeia se encontrou de repente em outro Estado, a Rússia se sentiu não apenas roubada, mas saqueada".

O presidente russo afirmou que o Ocidente "cruzou a linha vermelha" na crise a respeito da Crimeia, mas advertiu que a Rússia não tentará anexar partes do leste e do sul da Ucrânia, com maioria da população de língua russa.

"Não queremos a desintegração da Ucrânia".

Putin, que com a crise bateu recorde de popularidade, parece impassível ante as sanções anunciadas por União Europeia, Estados Unidos, Canadá e Japão.

As sanções europeias e americanas afetam um número limitado de autoridades russas e ucranianas e, a princípio, não envolvem o presidente russo, apenas assessores próximos.

A Casa Branca se voltou contra 11 pessoas, sete russos e quatro ucranianos, incluindo o presidente destituído Viktor Yanukovytch e um conselheiro, assim como dois líderes separatistas da Crimeia, Serguei Axionov e Volodimir Konstantinov.

Entre os russos que terão os bens congelados nos Estados Unidos estão o vice-premier Dmitri Rogozin, a presidente do Conselho da Federação (câmara alta do Parlamento) Valentina Matvienko e conselheiros próximos de Putin (Vladislav Surkov e Serguei Glazyev).

A União Europeia decretou sanções - restrições de vistos e congelamento de bens contra 21 autoridades ucranianas e russas.

As sanções são inéditas na história das relações entre UE e Rússia desde o fim da União Soviética em 1991.

Descartada a opção militar, os ocidentais contam com o impacto do crescente isolamento internacional russo e ainda cogitam sanções econômicas e comerciais.

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Rapidamente, o Kremlin anunciou que após a assinatura do tratado a Crimeia deixa de ser território ucraniano e volta a ser, a partir desta terça-feira, parte integrante da Rússia, a qual pertenceu até 1954.

Putin assinou o tratado histórico com o primeiro-ministro da Crimeia, Serguei Axionov, e outros líderes regionais em uma cerimônia no Kremlin, na presença de representantes das duas câmaras do Parlamento russo, dos governadores das regiões e de integrantes do governo de Moscou.

Apesar da entrada em vigor imediata da anexação, os parlamentares russos precisam ratificar uma lei de incorporação da Crimeia e da cidade de Sebastopol, que tem um status especial e onde está baseada a frota russa do Mar Negro.

Respaldado pelas potências ocidentais, o governo ucraniano anunciou que nunca reconhecerá a integração da Crimeia à Rússia, que para Kiev "não tem nada a ver com a democracia, o direito ou o senso comum".

O tratado desta terça-feira é o complemento da série de anúncios feitos na segunda-feira pelas autoridades da Crimeia, que em poucas horas proclamaram a independência da região da Ucrânia, solicitaram a união com a Rússia, dissolveram as unidades militares ucranianas em seu território, introduziram o rublo como moeda e decretaram a passagem ao fuso horário de Moscou a partir de 30 de março.

As autoridades locais anunciaram as medidas amparadas pelos resultados do referendo de domingo, quando quase 97% dos eleitores da Crimeia votaram a favor da anexação à Rússia e a saída da Ucrânia, governada por um Executivo pró-Ocidente desde a destituição do presidente pró-Moscou Viktor Yanukovytch em 22 de fevereiro.

Crimeia é 'parte inseparável da Rússia'

Antes da assinatura do tratado, Putin fez um discurso em tom patriótico, no qual afirmou que "no coração e na mente das pessoas, a Crimeia era e continua sendo uma parte inseparável da Rússia".

Ele criticou a decisão tomada pelo líder soviético Nikita Kruschev, que em 1954 entregou a Crimeia à Ucrânia.


Putin observou que quando a União Soviética acabou, em 1991, e a "Crimeia se encontrou de repente em outro Estado, a Rússia se sentiu não apenas roubada, mas saqueada".

O presidente russo afirmou que o Ocidente "cruzou a linha vermelha" na crise a respeito da Crimeia, mas advertiu que a Rússia não tentará anexar partes do leste e do sul da Ucrânia, com maioria da população de língua russa.

"Não queremos a desintegração da Ucrânia".

Putin, que com a crise bateu recorde de popularidade, parece impassível ante as sanções anunciadas por União Europeia, Estados Unidos, Canadá e Japão.

As sanções europeias e americanas afetam um número limitado de autoridades russas e ucranianas e, a princípio, não envolvem o presidente russo, apenas assessores próximos.

A Casa Branca se voltou contra 11 pessoas, sete russos e quatro ucranianos, incluindo o presidente destituído Viktor Yanukovytch e um conselheiro, assim como dois líderes separatistas da Crimeia, Serguei Axionov e Volodimir Konstantinov.

Entre os russos que terão os bens congelados nos Estados Unidos estão o vice-premier Dmitri Rogozin, a presidente do Conselho da Federação (câmara alta do Parlamento) Valentina Matvienko e conselheiros próximos de Putin (Vladislav Surkov e Serguei Glazyev).

A União Europeia decretou sanções - restrições de vistos e congelamento de bens contra 21 autoridades ucranianas e russas.

As sanções são inéditas na história das relações entre UE e Rússia desde o fim da União Soviética em 1991.

Descartada a opção militar, os ocidentais contam com o impacto do crescente isolamento internacional russo e ainda cogitam sanções econômicas e comerciais.

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