Rússia e Turquia discutem situação na província síria de Idlib
A Rússia e o Irã defendem um ataque do regime sírio em Idlib, que se transformou em um grande núcleo de terroristas que deve ser liquidado
EFE
Publicado em 17 de setembro de 2018 às 12h12.
Última atualização em 17 de setembro de 2018 às 12h12.
Moscou - Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin , e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan , se reuniram nesta segunda-feira em Sochi para estabelecer um compromisso sobre a província síria de Idlib, último reduto da oposição respaldada por Ancara e cujo controle Moscou quer devolver a Damasco.
"Há muitas questões, algumas muito difíceis. Fico feliz em vê-lo, não só para trocar opiniões sobre esses assuntos, mas para buscar soluções", disse Putin a Erdogan ao início da reunião.
O presidente turco, por sua vez, mostrou confiança de o encontro terminar com uma "declaração que será uma nova esperança para toda a região".
"Nossa solidariedade nos assuntos regionais faz com que os povos da região confiem na cooperação (entre Rússia e Turquia). Creio que não só a região, mas todo o mundo aguarda nossa reunião de hoje", afirmou Erdogan, citado pela agência "Interfax".
A Rússia, assim como o Irã, defende a necessidade de o exército governamental sírio lançar o mais rápido possível uma ofensiva em Idlib, que segundo Moscou se transformou em um "ninho de terroristas" que deve ser liquidado.
Cerca de 3 milhões de pessoas vivem na província, fronteiriça com a Turquia, entre elas um bom número de opositores deslocados de antigos redutos insurgentes que já foram conquistados pelas forças de Damasco.
Ancara, que tem soldados desdobrados em Idlib, insiste que uma ofensiva militar pode significar uma catástrofe para a população civil e desencadear uma nova onda de refugiados que tentariam se manter a salvo na Turquia.
Por sua vez, os Estados Unidos também exigiram que Rússia e Irã detenham a ofensiva das tropas do presidente da Síria, Bashar al Assad, contra Idlib.
"Quando a Rússia e o regime de Assad dizem que querem lutar contra o terrorismo, na verdade dizem que querem bombardear escolas, hospitais e casas. Querem castigar os civis que tiveram a coragem de se rebelar contra Assad", denunciou a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley.