Putin e Erdogan defendem integridade territorial da Síria
Para os presidentes da Rússia e Turquia, essa é uma das condições para a regulação do conflito no país árabe
EFE
Publicado em 10 de março de 2017 às 15h28.
Moscou - Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediram nesta sexta-feira que seja preservada a integridade territorial da Síria como condição para a regulação do conflito no país árabe.
"O princípio da integridade territorial dos Estados deve ser respeitado. Nesse sentido, o restabelecimento da integridade territorial da Síria é uma condição indispensável para a regulação da crise", disse Putin em entrevista coletiva no Kremlin.
Putin afirmou que graças à coordenação das ações militares da Rússia, Turquia e Irã, "a trégua na Síria é respeitada em linhas gerais" e "o nível de violência reduziu notavelmente".
O russo destacou que acordou com Erdogan cooperar "mais ativamente" na luta contra o terrorismo, em particular contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), tanto no plano militar, como de inteligência.
Ao mesmo tempo, expressou um "prudente otimismo" em relação com "a união dos esforços" de todos os países influentes, "inclusive os EUA", que irão reforçar o cessar-fogo e iniciar um processo de regulação política.
Por sua vez, Erdogan também advogou por manter a integridade territorial tanto da Síria, em cuja zona setentrional Ancara se opõe à criação de uma autonomia curda, como no vizinho Iraque.
Além disso, afirmou que a Turquia não tem intenção de ocupar a cidade de Manbij, no norte da Síria, onde neste momento ocorre uma operação antiterrorista do Exército turco.
"Como os senhores sabem, tanto a Turquia como a Rússia querem cooperar com as forças da coalizão (liderada pelos EUA), mas não para ocupar esse território, já que nosso desejo é que os próprios habitantes de Manbij se assentem por lá", explicou.
Erdogan ressaltou que "para pôr fim ao derramamento de sangue na Síria", Rússia e Turquia devem fazer "esforços conjuntos" e destacou que as forças turcas estão agora centradas em "limpar de elementos terroristas o norte da Síria".
"Agora, realizam um trabalho muito intenso e importante", afirmou.
A esse respeito, o governo de Damasco pediu em carta à ONU que obrigue a Turquia a retirar suas tropas de território sírio e que detenha os "ataques continuados" contra a soberania da Síria.
Damasco acusou Ancara de "apoiar o terrorismo" sob "instruções diretas" de Erdogan e das forças de segurança desse país.