Putin: "Trabalharemos todos juntos para aproximar as posturas dos EUA e da Coreia do Norte" (Lehtikuva/Martti Kainulainen/Reuters)
EFE
Publicado em 24 de maio de 2018 às 19h29.
São Petersburgo (Rússia), 24 mai (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, comentou nesta quinta-feira a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de cancelar a cúpula com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e disse que Pyongyang cumpriu as promessas feitas desde o início da aproximação diplomática.
"Kim Jong-un cumpriu tudo o que prometeu. Inclusive derrubou túneis onde efetuava testes nucleares. (...) Depois disso soubemos do cancelamento da reunião por parte dos EUA", disse Putin em entrevista coletiva conjunta com o presidente da França, Emmanuel Macron, em São Petersburgo.
Putin lamentou a decisão de Trump, já que esperava que a cúpula fosse um importante passo para diminuir as tensões e o início do processo de desnuclearização de toda a península coreana.
"Esperamos que o diálogo se restabeleça, continue e o encontro aconteça. Se bem que dificilmente podemos esperar progressos significativos de tais reuniões para a solução de assuntos extraordinariamente importantes", indicou.
O presidente russo destacou que a desnuclearização da península coreana é extremamente importante, não só para a região do nordeste da Ásia, mas para todo o mundo.
"Trabalharemos todos juntos para aproximar as posturas dos EUA e da Coreia do Norte", indicou Putin, que defendeu a volta das negociações a seis lados para resolver a crise nuclear.
Sobre o assunto, Macron defendeu seguir o processo estabelecido nas últimas semanas para diminuir a escalada de tensão.
Trump anunciou hoje o cancelamento da cúpula prevista com Kim Jong-un no dia 12 de junho, em Cingapura, devido à recente "hostilidade" por parte de Pyongyang.
"O mundo, e a Coreia do Norte em particular, perderam uma grande oportunidade para uma paz duradoura", disse Trump em carta dirigida ao líder norte-coreano.
Na última semana, Pyongyang já tinha ameaçado cancelar a histórica cúpula, que teria sido a primeira da história entre os dois países, devido às pressões da Casa Branca para impor um modelo de desnuclearização unilateral.