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Putin diz que Coreia do Norte 'apoia firmemente' sua operação na Ucrânia

Presidente russo viaja ao país nesta terça-feira, depois de 24 anos

TSIOLKOVSKY, RUSSIA - SEPTEMBER 13: (RUSSIA OUT) Russian President Vladimir Putin (R) and North Korean leader Kim Jong-un (L) visit a construction site of the Angara rocket launch complex on September 13, 2023 in Tsiolkovsky, Russia. North Korean leader Kim Jong-un is in Russia for talks with Russian President Putin. (Photo by Contributor/Getty Images) (Photo by Contributor/Getty Images/Getty Images)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 18 de junho de 2024 às 09h43.

Última atualização em 18 de junho de 2024 às 09h44.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, que viajará para a Coreia do Norte nesta terça-feira, 18, para uma visita de Estado "amistosa", afirmou que Pyongyang "apoia firmemente" sua campanha militar na Ucrânia, segundo um artigo de opinião publicado pela agência de notícias oficial KCNA.

A visita de Putin ocorre em um momento em que o Ocidente acusa a Coreia do Norte de fornecer armas a Moscou em sua ofensiva na Ucrânia.

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"Apreciamos muito que a RPDC (Coreia do Norte) apoie firmemente a operação militar especial da Rússia na Ucrânia", escreveu Putin no artigo, pouco antes de sua visita a Pyonagyang.

O assessor diplomático de Vladimir Putin, Yuri Ushakov, apresentou a viagem como um evento importante para ambos os países, atingidos por sanções ocidentais.

Ushakov mencionou a "possível" assinatura de "um acordo de cooperação estratégica global", que seria uma versão atualizada de um tratado assinado durante a última visita de Putin ao país, em 2000.

Putin também declarou no artigo que seu país apoiará Pyonagyang no futuro.

"A Rússia apoiou (a Coreia do Norte) e seu heróico povo em sua luta para defender seu direito de escolher por si mesmos o caminho da independência, a originalidade e o desenvolvimento no enfrentamento ao astuto, perigoso e agressivo inimigo [...] e o apoiará constantemente no futuro", publicou.

O recluso país asiático com armas nucleares mantém um estado de confronto com seu vizinho Coreia do Sul, assim como com os Estados Unidos.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que a visita de Putin mostra o quanto a Rússia necessita do apoio de líderes autoritários para realizar sua ofensiva na Ucrânia.

"Isso mostra o quanto o presidente Putin, e Moscou, estão agora dependentes de países autoritários ao redor do mundo", afirmou Stoltenberg à imprensa em Washington.

O chanceler ucraniano Dmytro Kuleba aludiu a um "romance solitário entre Putin e Kim".

"A melhor forma de responder a isso é continuar fortalecendo a coalizão diplomática para uma paz justa e duradoura na Ucrânia e fornecer mais [...] munições para a Ucrânia", disse Kuleba à AFP.

Os países do Ocidente vêm há meses acusando os norte-coreanos de entregar munições à Rússia para sua ofensiva contra Ucrânia, em troca de assistência tecnológica, diplomática e alimentar.

A Casa Branca afirmou que os Estados Unidos estão "preocupados" pela aproximação entre Rússia e Coreia do Norte.

"Não nos preocupa a viagem. O que nos preocupa é o aprofundamento da relação entre esses dois países", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.

Próxima parada, Vietnã

Rússia e Coreia do Norte negam que as armas de Pyongyang estejam sendo usadas na Ucrânia.

Segundo Moscou, Putin chegará na terça-feira à noite em Pyongyang, onde assistirá a um concerto em sua homenagem.

O líder russo estará acompanhado do chanceler Sergei Lavrov, do ministro da Defesa, Andrei Belousov; de dois vice-primeiros-ministros e do diretor da agência espacial russa, Roscosmos.

Putin, que é alvo de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), reduziu suas viagens ao exterior, mas realizou algumas visitas para encontrar aliados-chave, como a China.
Após viajar à Coreia do Norte, o presidente russo visitará o Vietnã nos dias 19 e 20 de junho.

A visita ocorrerá nove meses depois de Putin receber Kim no Extremo Oriente russo, onde ambos os líderes trocaram muitos elogios, mas não fecharam - pelo menos oficialmente - nenhum acordo.

Irmãos de armas

Em março, a Rússia utilizou seu direito de veto no Conselho de Segurança da ONU para encerrar o sistema de monitoramento das sanções impostas à Coreia do Norte, que foram instauradas principalmente por causa do programa nuclear de Pyongyang.

Na quarta-feira, Kim Jong Un enalteceu os laços "inquebrantáveis, de irmãos de armas" entre Pyongyang e Moscou, que datam da época soviética.

Kim já havia afirmado em setembro de 2023, durante uma viagem à Rússia, que os vínculos com Moscou são a "prioridade número um" de seu país.

Alguns analistas também alertaram que os testes e a produção de mísseis de artilharia e cruzeiro por parte da Coreia do Norte se intensificaram, e que esses mísseis poderiam acabar sendo fornecidos à Rússia para serem usados em sua ofensiva na Ucrânia.

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