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Putin chama grandes potências de 'arrogantes' por Primavera Árabe

Líder russo reclamou que antes dos protestos os países ocidentais apoiavam os ditadores na região

Putin criticou em março a intervenção militar na Líbia liderada por França, Grã-Bretanha e Estados Unidos (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

Putin criticou em março a intervenção militar na Líbia liderada por França, Grã-Bretanha e Estados Unidos (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2012 às 19h46.

Moscou - O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, criticou nesta segunda-feira o comportamento das "potências mundiais arrogantes" que apoiaram os levantes em alguns países do norte da África, em um discurso em São Petersburgo durante uma reunião da Organização de Cooperação de Xangai (OCS).

"Estas potências mundiais arrogantes apoiaram os regimes anteriores no Norte da África e, o que é curioso, os mesmos países apoiaram as revoluções que derrubaram estes regimes", declarou Putin, citado pela Interfax.

"O mundo é feito de maneira estranha, mas é interessante", acrescentou diante de seus homólogos da China, Cazaquistão, Tadjiquistão, Uzbequistão e Quirguistão, países membros desta organização que busca reforçar a cooperação diplomática, militar e econômica e deseja servir de contrapeso à influência americana.

Putin reagia a uma declaração do ministro iraniano das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, cujo país tem o status de observador na organização, embora deseje ser membro pleno.

Salehi havia acusado as "grandes potências arrogantes" de ser as responsáveis pela "primavera árabe", depois de apoiar os "regimes hostis ao povo".

Putin havia criticado em março a intervenção militar na Líbia liderada por França, Grã-Bretanha e Estados Unidos, e que contribuiu para a queda do regime de Muammar Kadafi. O primeiro-ministro russo e candidato a suceder o presidente Dimitri Medvedev nas eleições de março de 2012 havia comparado a resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Líbia a um "apelo às cruzadas".

Moscou, assim como Pequim, não impôs seu veto a esta resolução, mas depois de votada acusou a Organização do Tratado do Atlântico Norte, no comando das operações militares da coalizão poucos dias depois de Paris, Londres e Washington intervirem militarmente no país, de ultrapassar os termos dela, e bloqueou os projetos de resolução ocidentais sobre a Síria.

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