Putin ameaça guerra nuclear e diz que pode atingir alvos no Ocidente

O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira, 29, que países ocidentais corriam o risco de provocar uma guerra nuclear se enviassem tropas para lutar na Ucrânia, alertando que Moscou tem armas para atingir alvos no Ocidente.

Putin já falou anteriormente sobre os perigos de um confronto direto entre a OTAN e a Rússia, mas seu aviso nuclear na quinta-feira foi um dos mais explícitos. Ele antecedeu sua fala com uma referência a uma ideia, lançada pelo presidente francês Emmanuel Macron na segunda-feira, de os membros europeus da OTAN enviarem tropas terrestres para a Ucrânia. A sugestão foi rapidamente rejeitada pelos Estados Unidos, Alemanha, Grã-Bretanha e outros.

Em discurso a parlamentares, Putin repetiu sua acusação de que o Ocidente está determinado a enfraquecer a Rússia, e sugeriu que os líderes ocidentais não entendiam o quão perigosa poderia ser sua interferência nos assuntos internos da Rússia.

"(As nações ocidentais) devem perceber que também temos armas que podem atingir alvos em seus territórios. Tudo isso realmente ameaça um conflito com o uso de armas nucleares e a destruição da civilização. Eles não entendem isso?!" disse Putin.

Putin também disse que o arsenal nuclear modernizado da Rússia é o maior do mundo.

"Forças nucleares estratégicas estão em estado de prontidão total", disse ele, observando que as armas nucleares hipersônicas de nova geração, das quais falou pela primeira vez em 2018, foram implantadas ou estão em fase final de desenvolvimento e testes.

Putin também sugeriu que os políticos ocidentais recordassem o destino daqueles como Adolf Hitler da Alemanha nazista e Napoleão Bonaparte da França, que haviam invadido sem sucesso a Rússia no passado.

"Mas agora as consequências serão muito mais trágicas", disse Putin. "Eles pensam que (a guerra) é um desenho animado", disse ele, acusando os políticos ocidentais de esquecerem o que significa uma guerra real porque não enfrentaram os mesmos desafios de segurança que os russos nas últimas três décadas.