Exame Logo

Protestos islâmicos se espalham no Egito e 28 morrem

Cinco mortes foram confirmadas no Cairo, segundo fontes de segurança e a TV estatal

Manifestantes pró e contra Mursi travaram confrontos nas ruas após o anoitecer, enquanto veículos blindados de transporte militar passavam em alta velocidade entre os dois grupos, sobre uma ponte próxima ao histórico Museu Egípcio (REUTERS/Mohamed Abd El Ghany)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2013 às 20h25.

Cairo - Pelo menos 28 pessoas morreram em várias partes do Egito na sexta-feira, quando ativistas islâmicos contrários à deposição do presidente Mohamed Mursi saíram às ruas para manifestar sua indignação.

Cinco mortes foram confirmadas no Cairo, segundo fontes de segurança e a TV estatal. Manifestantes pró e contra Mursi travaram confrontos nas ruas após o anoitecer, enquanto veículos blindados de transporte militar passavam em alta velocidade entre os dois grupos, sobre uma ponte próxima ao histórico Museu Egípcio.

Cinco policiais foram baleados em incidentes separados na cidade de El Arish, no norte da península do Sinai, mas não está claro se esses ataques estão vinculados à deposição de Mursi pelas Forças Armadas. Radicais islâmicos, no entanto, haviam prometido pegar em armas contra o golpe.

Na cidade de Alexandria (norte), 12 pessoas foram mortas durante os confrontos entre as facções rivais, de acordo com o chefe dos serviços de emergência, que citou à agência estatal Mena 200 feridos. A maioria morreu baleada. Em Assiut (sul) houve outra morte, também a tiros.

Dezenas de milhares de pessoas saíram em passeatas no país inteiro, naquela que a Irmandade Muçulmana - grupo político de Mursi - chamou de "Sexta-Feira da Raiva", para protestar contra a intervenção militar que derrubou Mursi e nomeou um governo provisório para preparar novas eleições.

Mursi, primeiro presidente eleito livremente na história do Egito, foi deposto na quarta-feira, após imensas manifestações populares, em mais uma reviravolta nos tumultuados dois anos desde a rebelião popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak, parte da chamada "Primavera Árabe" que varreu a região em 2011.


Os protestos do último mês já deixaram dezenas de mortos no Cairo e em outras cidades. A derrubada do presidente foi festejada por milhões de egípcios nas ruas, mas enfureceu os partidários da Irmandade Muçulmana, que temem a volta da repressão ao grupo.

Os militares dizem ter um plano de transição para o regime civil, mas oferecem poucos detalhes - inclusive em termos de prazos -, o que contribui para a incerteza política num momento em que muitos egípcios temem o agravamento da polarização e da violência.

Em um dos primeiros incidentes do dia, três manifestantes foram mortos em frente ao quartel da Guarda Republicana onde Mursi permanece sob custódia, segundo fontes de segurança.

Mohamed Ezzat, que declarou ser membro da Irmandade, disse que os manifestantes pretendiam se instalar diante do quartel da Guarda e em outros locais do Cairo para protestar contra o golpe militar. "O mais importante com o Exército é que ele fique longe da política. Tínhamos um presidente eleito e legítimo, e o Exército veio e o afastou." O Exército negou ter alvejado os manifestantes, e disse ter usado apenas balas de borracha e gás lacrimogêneo para controlar a multidão. Não ficou claro se havia outras unidades das forças de segurança além do Exército no local.

Mais tarde, dezenas de milhares de simpatizantes da Irmandade se congregaram perto de uma mesquita em um subúrbio da cidade, onde escutaram um pronunciamento do líder do grupo, Mohamed Badie, que estava livre para falar apesar dos rumores de que teria sido preso na quinta-feira.

Em um discurso inflamado, ele prometeu "completar a revolução", e se referiu repetidamente a Mursi como presidente. "Não pode haver uma concessão a respeito do presidente Mohamed Mursi, a não ser a das nossas vidas", gritou ele, enquanto um helicóptero militar sobrevoava o local a baixa altura.

Veja também

Cairo - Pelo menos 28 pessoas morreram em várias partes do Egito na sexta-feira, quando ativistas islâmicos contrários à deposição do presidente Mohamed Mursi saíram às ruas para manifestar sua indignação.

Cinco mortes foram confirmadas no Cairo, segundo fontes de segurança e a TV estatal. Manifestantes pró e contra Mursi travaram confrontos nas ruas após o anoitecer, enquanto veículos blindados de transporte militar passavam em alta velocidade entre os dois grupos, sobre uma ponte próxima ao histórico Museu Egípcio.

Cinco policiais foram baleados em incidentes separados na cidade de El Arish, no norte da península do Sinai, mas não está claro se esses ataques estão vinculados à deposição de Mursi pelas Forças Armadas. Radicais islâmicos, no entanto, haviam prometido pegar em armas contra o golpe.

Na cidade de Alexandria (norte), 12 pessoas foram mortas durante os confrontos entre as facções rivais, de acordo com o chefe dos serviços de emergência, que citou à agência estatal Mena 200 feridos. A maioria morreu baleada. Em Assiut (sul) houve outra morte, também a tiros.

Dezenas de milhares de pessoas saíram em passeatas no país inteiro, naquela que a Irmandade Muçulmana - grupo político de Mursi - chamou de "Sexta-Feira da Raiva", para protestar contra a intervenção militar que derrubou Mursi e nomeou um governo provisório para preparar novas eleições.

Mursi, primeiro presidente eleito livremente na história do Egito, foi deposto na quarta-feira, após imensas manifestações populares, em mais uma reviravolta nos tumultuados dois anos desde a rebelião popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak, parte da chamada "Primavera Árabe" que varreu a região em 2011.


Os protestos do último mês já deixaram dezenas de mortos no Cairo e em outras cidades. A derrubada do presidente foi festejada por milhões de egípcios nas ruas, mas enfureceu os partidários da Irmandade Muçulmana, que temem a volta da repressão ao grupo.

Os militares dizem ter um plano de transição para o regime civil, mas oferecem poucos detalhes - inclusive em termos de prazos -, o que contribui para a incerteza política num momento em que muitos egípcios temem o agravamento da polarização e da violência.

Em um dos primeiros incidentes do dia, três manifestantes foram mortos em frente ao quartel da Guarda Republicana onde Mursi permanece sob custódia, segundo fontes de segurança.

Mohamed Ezzat, que declarou ser membro da Irmandade, disse que os manifestantes pretendiam se instalar diante do quartel da Guarda e em outros locais do Cairo para protestar contra o golpe militar. "O mais importante com o Exército é que ele fique longe da política. Tínhamos um presidente eleito e legítimo, e o Exército veio e o afastou." O Exército negou ter alvejado os manifestantes, e disse ter usado apenas balas de borracha e gás lacrimogêneo para controlar a multidão. Não ficou claro se havia outras unidades das forças de segurança além do Exército no local.

Mais tarde, dezenas de milhares de simpatizantes da Irmandade se congregaram perto de uma mesquita em um subúrbio da cidade, onde escutaram um pronunciamento do líder do grupo, Mohamed Badie, que estava livre para falar apesar dos rumores de que teria sido preso na quinta-feira.

Em um discurso inflamado, ele prometeu "completar a revolução", e se referiu repetidamente a Mursi como presidente. "Não pode haver uma concessão a respeito do presidente Mohamed Mursi, a não ser a das nossas vidas", gritou ele, enquanto um helicóptero militar sobrevoava o local a baixa altura.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEgitoExércitoMohamed MursiMortesPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame