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Protestos contra o presidente do México acabam em vandalismo

Dezenas de protestos foram convocados em todo o país para exigir que o governo encontre os jovens desaparecidos em setembro em Iguala

Agência bancária incendiada durante protesto na Cidade do México em 1º de dezembro (Alfredo Estrella/AFP)

Agência bancária incendiada durante protesto na Cidade do México em 1º de dezembro (Alfredo Estrella/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 07h40.

México - Um novo protesto no México contra o desaparecimento de 43 estudantes terminou com atos de vandalismo na segunda-feira, dia em que o presidência de Enrique Peña Nieto completou dois anos de mandato, em meio à pior crise de seu governo.

Para marcar a data, dezenas de protestos foram convocados em todo o país para exigir que o governo encontre os jovens desaparecidos em setembro em Iguala (Guerrero, sul), um crime que o próprio Peña Nieto admitiu na segunda-feira que estabeleceu um "antes e depois" de sua presidência.

Na capital do país, ao fim de um protesto durante a noite dezenas de pessoas encapuzadas, armadas com pedaços de pau e bastões de beisebol, destruíram lojas e agências bancárias no famoso 'Paseo de la Reforma'. Também usaram bombas incendiárias e criaram focos de incêndio nas ruas.

Centenas de policiais foram enviados ao local para evitar que os manifestantes avançassem até o Senado. Três homens, todos com menos de 20 anos, foram detidos.

Os estudantes desapareceram no dia 26 de setembro depois de um ataque de policiais de Iguala, que supostamente receberam ordens do prefeito. Depois, os agentes entregaram os 43 jovens para integrantes do cartel Guerreros Unidos que, segundo depoimentos de pessoas detidas, mataram e queimaram as vítimas.

Mas com a falta de provas materiais, os pais se aferram à esperança de que os estudantes estão vivos e exigem esforços do governo na busca.

Outros protestos foram registrados em todo o México, os mais intensos em Chilpancingo, capital de Guerrero, onde um grupo de manifestantes saqueou os escritórios da promotoria estadual e incendiou cinco veículos, incluindo duas viaturas policiais.

A imprensa mexicana divulgou pesquisas que mostram a queda da popularidade de Peña Nieto entre agosto e o fim de novembro: 46% a 39%, segundo o jornal Reforma, e de 46% a 41%, de acordo com o jornal El Universal.

Este é o menor índice de popularidade de um presidente mexicano desde os anos 90, durante o mandato de Ernesto Zedillo (1994-2000), quando o país enfrentava os efeitos de uma crise econômica conhecida como "Efeito Tequila".

O crime de Iguala provocou uma indignação sem precedentes entre a opinião pública do país, cansada após anos de violência.

Na segunda-feira, Peña Nieto enviou ao Congresso um pacote de reformas constitucionais para a área de segurança, com o objetivo de enfrentar as ações do narcotráfico.

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