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Protestos continuam na Venezuela, mas com menor intensidade

Os protestos que há quase duas semanas ocorrem na Venezuela continuaram em vários pontos do país, mas com menor intensidade

Graffiti onde se lê S.O.S Venezuela, Paz, em distrito de Caracas: no entanto, o clima de tensão se mantém (Tomas Bravo/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 11h24.

Caracas - Os protestos que há quase duas semanas ocorrem na Venezuela contra o presidente Nicolás Maduro continuaram nesta terça-feira em vários pontos do país, mas com menor intensidade e menos incidentes violentos, depois que a semana começou com duas mortes e saques.

As barricadas voltaram em algumas regiões no 14º dia de protestos em Caracas, Maracaibo, Táchira, Carabobo e Aragua, mas desta vez e ao contrário de ontem, deixaram espaço para a circulação dos veículos.

No entanto, o clima de tensão se mantém. A procuradora-geral, Luisa Ortega, disse ontem que até o momento havia um total de 13 mortos por consequência dos protestos, um número que a imprensa local elevou para 15, após duas mortes que ocorreram ontem e que foram vinculadas com incidentes relacionados com os protestos.

Dois homens entraram na lista das mortes ligadas aos protestos: Jimmy Vargas, que caiu de um edifício em Táchira, no oeste do país, quando a polícia supostamente atirava bombas de gás e balas de chumbo, e Wilmer Carballo, que supostamente foi atingido por um disparo em um protesto em Aragua, no centro do país.

O prefeito opositor Delson Guarate, do município Mario Briceño no estado de Aragua, denunciou que "grupos armados" aproveitaram ontem o clima de protestos para iniciar uma onda de saques em lojas dessa comunidade, vizinha da capital estadual Maracay.

Os incidentes, segundo o prefeito, também deixaram um saldo de pelo menos três militares e sete manifestantes feridos, a maioria por balas de chumbo.

Também houve o assassinato de uma pessoa que supostamente participava hoje dos saques e que morreu com nove tiros em um crime que, segundo as primeiras pesquisas policiais, poderia estar relacionado com um acerto de contas.

Em Caracas, dezenas de estudantes e simpatizantes opositores marcharam hoje até a embaixada cubana para entregar um comunicado no qual exigem o fim da "intromissão", que, segundo dizem, o governo de Havana exerce nas questões internas do país.


"Não permitiremos mais intromissão, que continuem controlando nossos meios de comunicação e determinem o que podemos ver e quando, não permitiremos que determinem nossas operações militares nem doutrinem nossos filhos", disse a líder estudantil Gaby Arellano ao ler o "Comunicado à ditadura de Cuba".

Nas cercanias da embaixada cubana, fortemente protegida por efetivos da Guarda Nacional e da polícia, os jovens entregaram a carta a um oficial policial que a levou à embaixada para retornar posteriormente com ela assinada e datada.

Por sua parte, o governo reuniu trabalhadores da companhia telefônica "Cantv" para apoiar Maduro.

"Vamos controlando e amansando os grupos violentos", disse o chefe de Estado em uma nova rede obrigatória de rádio e televisão.

O presidente disse que existem "dois modelos de Venezuela", a do progresso, do socialismo, da paz, "do orgulho de ser venezuelano" e a da "destruição, do capitalismo, do racismo e da intolerância".

No mesmo ato, Maduro lamentou o assassinato do ex-campeão de boxe Antonio Cermeño, encontrado morto hoje depois que foi sequestrado ontem, e assegurou que seus assassinos são "matadores de aluguel".

Também disse que "na mesma hora" o presidente do canal estatal "TVES", Winston Vallenilla era agredido em sua casa no leste de Caracas e acusou os "grupos violentos", "fascistas" e "guarimberos" (que fazem barricadas) de serem os responsáveis por esse ataque.

Por sua parte, o vice-presidente da Venezuela, Jorge Arreaza, aproveitou seu discurso de prestação de contas diante do Parlamento para pedir a participação da oposição na Conferência Nacional de Paz, convocada para amanha por Maduro, e que não cometa os "erros" do passado.

Os bispos da Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) rejeitaram hoje o uso da força por parte das forças de segurança do Estado que - afirmaram -"extrapolaram" na repressão de várias manifestações nos últimos dias.

Opinaram que a promotoria "deve investigar esses casos e pôr nas mãos da justiça os membros dessas forças que tenham abusado de sua autoridade" e lembraram que as autoridades policiais e militares "são obrigadas a respeitar os Direitos Humanos, principalmente o direito à vida".

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Caracas - Os protestos que há quase duas semanas ocorrem na Venezuela contra o presidente Nicolás Maduro continuaram nesta terça-feira em vários pontos do país, mas com menor intensidade e menos incidentes violentos, depois que a semana começou com duas mortes e saques.

As barricadas voltaram em algumas regiões no 14º dia de protestos em Caracas, Maracaibo, Táchira, Carabobo e Aragua, mas desta vez e ao contrário de ontem, deixaram espaço para a circulação dos veículos.

No entanto, o clima de tensão se mantém. A procuradora-geral, Luisa Ortega, disse ontem que até o momento havia um total de 13 mortos por consequência dos protestos, um número que a imprensa local elevou para 15, após duas mortes que ocorreram ontem e que foram vinculadas com incidentes relacionados com os protestos.

Dois homens entraram na lista das mortes ligadas aos protestos: Jimmy Vargas, que caiu de um edifício em Táchira, no oeste do país, quando a polícia supostamente atirava bombas de gás e balas de chumbo, e Wilmer Carballo, que supostamente foi atingido por um disparo em um protesto em Aragua, no centro do país.

O prefeito opositor Delson Guarate, do município Mario Briceño no estado de Aragua, denunciou que "grupos armados" aproveitaram ontem o clima de protestos para iniciar uma onda de saques em lojas dessa comunidade, vizinha da capital estadual Maracay.

Os incidentes, segundo o prefeito, também deixaram um saldo de pelo menos três militares e sete manifestantes feridos, a maioria por balas de chumbo.

Também houve o assassinato de uma pessoa que supostamente participava hoje dos saques e que morreu com nove tiros em um crime que, segundo as primeiras pesquisas policiais, poderia estar relacionado com um acerto de contas.

Em Caracas, dezenas de estudantes e simpatizantes opositores marcharam hoje até a embaixada cubana para entregar um comunicado no qual exigem o fim da "intromissão", que, segundo dizem, o governo de Havana exerce nas questões internas do país.


"Não permitiremos mais intromissão, que continuem controlando nossos meios de comunicação e determinem o que podemos ver e quando, não permitiremos que determinem nossas operações militares nem doutrinem nossos filhos", disse a líder estudantil Gaby Arellano ao ler o "Comunicado à ditadura de Cuba".

Nas cercanias da embaixada cubana, fortemente protegida por efetivos da Guarda Nacional e da polícia, os jovens entregaram a carta a um oficial policial que a levou à embaixada para retornar posteriormente com ela assinada e datada.

Por sua parte, o governo reuniu trabalhadores da companhia telefônica "Cantv" para apoiar Maduro.

"Vamos controlando e amansando os grupos violentos", disse o chefe de Estado em uma nova rede obrigatória de rádio e televisão.

O presidente disse que existem "dois modelos de Venezuela", a do progresso, do socialismo, da paz, "do orgulho de ser venezuelano" e a da "destruição, do capitalismo, do racismo e da intolerância".

No mesmo ato, Maduro lamentou o assassinato do ex-campeão de boxe Antonio Cermeño, encontrado morto hoje depois que foi sequestrado ontem, e assegurou que seus assassinos são "matadores de aluguel".

Também disse que "na mesma hora" o presidente do canal estatal "TVES", Winston Vallenilla era agredido em sua casa no leste de Caracas e acusou os "grupos violentos", "fascistas" e "guarimberos" (que fazem barricadas) de serem os responsáveis por esse ataque.

Por sua parte, o vice-presidente da Venezuela, Jorge Arreaza, aproveitou seu discurso de prestação de contas diante do Parlamento para pedir a participação da oposição na Conferência Nacional de Paz, convocada para amanha por Maduro, e que não cometa os "erros" do passado.

Os bispos da Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) rejeitaram hoje o uso da força por parte das forças de segurança do Estado que - afirmaram -"extrapolaram" na repressão de várias manifestações nos últimos dias.

Opinaram que a promotoria "deve investigar esses casos e pôr nas mãos da justiça os membros dessas forças que tenham abusado de sua autoridade" e lembraram que as autoridades policiais e militares "são obrigadas a respeitar os Direitos Humanos, principalmente o direito à vida".

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