Protestos agitam Grécia e resultam em violência nas grandes cidades
Cerca de 120 mil pessoas participaram de manifestação em Atenas contra os cortes do governo
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2011 às 17h04.
Atenas - A Grécia viveu nesta quarta-feira um dos maiores protestos das últimas décadas, no primeiro dia de uma greve geral convocada para 48 horas contra as políticas de austeridade do Governo, registrando violentos distúrbios em Atenas e em outras grandes cidades do país.
Os confrontos em Atenas entre radicais e policiais terminaram com 21 pessoas levemente feridas, 15 delas policiais, que foram atendidos pelos serviços de emergência. A Polícia deteve 25 pessoas.
A manifestação da capital, uma das maiores passeatas dos últimos anos, contou com aproximadamente 120 mil pessoas, segundo os sindicatos, mas a Polícia rebaixa o número de participantes para 70 mil.
'Fora FMI', 'Não roubei, não pago' e 'Abaixo a barbárie econômica', diziam alguns dos cartazes dos manifestantes, que foram às ruas de cidades como Salônica, Volos e Patras.
Após uma passeata pacífica em Atenas que terminou em frente ao Parlamento, grupos de manifestantes radicais travaram confrontos com a Polícia, que tinha mobilizado um cordão de segurança em torno da Câmara baixa do Legislativo.
Os policiais usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar os grupos violentos, que lançaram pedras e coquetéis molotov contra os agentes mobilizados diante da escadaria de entrada do Parlamento grego.
Dezenas de manifestantes atearam fogo a latas de lixo e a uma das guaritas policiais situadas à entrada do Parlamento, onde os deputados debatem o mais recente pacote de medidas de austeridade.
Os vândalos quebraram vitrines de estabelecimentos comerciais, pontos de ônibus e das fachadas dos hotéis de luxo situados na praça Sintagma.
Nas principais cidades do país, as cenas de violência se repetiram entre grupos de manifestantes e a Polícia, mas até o momento não foram divulgados números sobre possíveis feridos e detidos.
Segundo os sindicatos do país, a greve geral teve adesão de entre 90% e 100% dos trabalhadores gregos, afetados pela crise econômica. Só no setor público, os servidores viram perder até 40% de seu poder aquisitivo devido aos cortes de salários somados à inflação.
O transporte ferroviário e o marítimo ficaram paralisados nesta quarta-feira. Centenas de voos foram cancelados devido à participação dos controladores aéreos na greve durante 12 horas.
O Parlamento da Grécia aprovou nesta quarta-feira de forma preliminar as novas medidas de austeridade que o Governo deve aplicar para receber um novo lance de resgate financeiro dos credores internacionais para evitar a moratória.
A medida foi aprovada por 154 votos a favor e 141 contra, dos 295 deputados presentes no Parlamento.
A lei prevê enviar 30 mil funcionários públicos para a reserva até o fim do ano e promover cortes adicionais em salários públicos e nas aposentadorias e pensões, além de impor restrições aos direitos dos servidores sujeitos a contratos coletivos e uma redução do salário mínimo para 500 euros.
O que está em jogo é um lote de empréstimo de 8 bilhões de euros por parte da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI), essencial para a Grécia nas próximas semanas, já que o país só tem liquidez até meados de novembro.
A votação desta quarta-feira é uma prévia da definitiva, que será realizada nesta quinta-feira, quando o projeto de lei será votado artigo por artigo. A sessão desta quarta permite saber o nível de apoio do Governo socialista de Giorgos Papandreou, que conta com apertada maioria de 154 deputados, do total de 300 no Legislativo.
Alguns deputados do partido governista Movimento Socialista Pan-Helênico (Pasok) discordaram dos cortes. Por isso, Papandreou convocou um Conselho de Ministros extraordinário prévio à votação definitiva de quinta-feira para harmonizar a legenda e obter unidade.
Por sua vez, o ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, alertou nesta quarta-feira sobre os efeitos de uma eventual quebra do país, ao afirmar no Parlamento que 'uma morte econômica não tem ressurreição possível, mas leva à morte econômica de uma ou duas gerações seguintes'. EFE
Atenas - A Grécia viveu nesta quarta-feira um dos maiores protestos das últimas décadas, no primeiro dia de uma greve geral convocada para 48 horas contra as políticas de austeridade do Governo, registrando violentos distúrbios em Atenas e em outras grandes cidades do país.
Os confrontos em Atenas entre radicais e policiais terminaram com 21 pessoas levemente feridas, 15 delas policiais, que foram atendidos pelos serviços de emergência. A Polícia deteve 25 pessoas.
A manifestação da capital, uma das maiores passeatas dos últimos anos, contou com aproximadamente 120 mil pessoas, segundo os sindicatos, mas a Polícia rebaixa o número de participantes para 70 mil.
'Fora FMI', 'Não roubei, não pago' e 'Abaixo a barbárie econômica', diziam alguns dos cartazes dos manifestantes, que foram às ruas de cidades como Salônica, Volos e Patras.
Após uma passeata pacífica em Atenas que terminou em frente ao Parlamento, grupos de manifestantes radicais travaram confrontos com a Polícia, que tinha mobilizado um cordão de segurança em torno da Câmara baixa do Legislativo.
Os policiais usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar os grupos violentos, que lançaram pedras e coquetéis molotov contra os agentes mobilizados diante da escadaria de entrada do Parlamento grego.
Dezenas de manifestantes atearam fogo a latas de lixo e a uma das guaritas policiais situadas à entrada do Parlamento, onde os deputados debatem o mais recente pacote de medidas de austeridade.
Os vândalos quebraram vitrines de estabelecimentos comerciais, pontos de ônibus e das fachadas dos hotéis de luxo situados na praça Sintagma.
Nas principais cidades do país, as cenas de violência se repetiram entre grupos de manifestantes e a Polícia, mas até o momento não foram divulgados números sobre possíveis feridos e detidos.
Segundo os sindicatos do país, a greve geral teve adesão de entre 90% e 100% dos trabalhadores gregos, afetados pela crise econômica. Só no setor público, os servidores viram perder até 40% de seu poder aquisitivo devido aos cortes de salários somados à inflação.
O transporte ferroviário e o marítimo ficaram paralisados nesta quarta-feira. Centenas de voos foram cancelados devido à participação dos controladores aéreos na greve durante 12 horas.
O Parlamento da Grécia aprovou nesta quarta-feira de forma preliminar as novas medidas de austeridade que o Governo deve aplicar para receber um novo lance de resgate financeiro dos credores internacionais para evitar a moratória.
A medida foi aprovada por 154 votos a favor e 141 contra, dos 295 deputados presentes no Parlamento.
A lei prevê enviar 30 mil funcionários públicos para a reserva até o fim do ano e promover cortes adicionais em salários públicos e nas aposentadorias e pensões, além de impor restrições aos direitos dos servidores sujeitos a contratos coletivos e uma redução do salário mínimo para 500 euros.
O que está em jogo é um lote de empréstimo de 8 bilhões de euros por parte da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI), essencial para a Grécia nas próximas semanas, já que o país só tem liquidez até meados de novembro.
A votação desta quarta-feira é uma prévia da definitiva, que será realizada nesta quinta-feira, quando o projeto de lei será votado artigo por artigo. A sessão desta quarta permite saber o nível de apoio do Governo socialista de Giorgos Papandreou, que conta com apertada maioria de 154 deputados, do total de 300 no Legislativo.
Alguns deputados do partido governista Movimento Socialista Pan-Helênico (Pasok) discordaram dos cortes. Por isso, Papandreou convocou um Conselho de Ministros extraordinário prévio à votação definitiva de quinta-feira para harmonizar a legenda e obter unidade.
Por sua vez, o ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, alertou nesta quarta-feira sobre os efeitos de uma eventual quebra do país, ao afirmar no Parlamento que 'uma morte econômica não tem ressurreição possível, mas leva à morte econômica de uma ou duas gerações seguintes'. EFE