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Protesto na Venezuela termina em novo confronto com a polícia

Agentes da GNB em motocicletas atiraram balas de borracha e lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que responderam com pedras

Protestos na Venezuela: a oposição diz que a Constituinte é uma tentativa de consolidar uma "ditadura" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
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EFE

Publicado em 10 de julho de 2017 às 21h21.

Caracas - Manifestantes da oposição e agentes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) da Venezuela entraram em confronto nesta segunda-feira em vários pontos de Caracas durante um novo bloqueio das ruas da capital organizado em protesto contra a Assembleia Constituinte convocada pelo governo de Nicolás Maduro.

A Agência Efe presenciou esses enfrentamentos em Altamira e Las Mercedes, dois pontos do leste de Caracas onde dezenas de jovens tentavam bloquear o fluxo da avenida Francisco Farjardo durante o "trancazo", como são conhecidos no país esse tipo de protesto.

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Agentes da GNB em motocicletas atiraram balas de borracha e lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que responderam com pedras, sem recuar no objetivo de fechar a avenida.

Alguns dos jovens ficaram feridos por causa das balas de borracha. Uma mulher foi detida pelos agentes em Altamira.

Deputados da oposição informaram pelo Twitter sobre incidentes similares em outras regiões de Caracas e outras cidades do país.

O "trancazo" de hoje começou às 10h locais (11h em Brasília) e se estenderá por dez horas, o mais longo convocado pela oposição.

O processo contra a Assembleia Constituinte promovida por Maduro paralisou totalmente algumas áreas de Caracas e de importantes cidades como Maracaibo. Manifestantes e deputados publicaram nas redes sociais várias fotos das ruas desertas.

No leste de Caracas, a Efe constatou como os jovens bloquearam totalmente o tráfego nos municípios de Chacao e Baruta, ambos na região metropolitana da capital e redutos da oposição, usando lixo, escombros e até cortas para impedir a circulação.

A nova ação de desobediência civil serviu também para pedir que os venezuelanos votem "sim" no plebiscito convocado pela Assembleia Nacional, controlada pela oposição, para o próximo dia 16, sem o aval do Poder Eleitoral.

Na consulta popular, também não reconhecida pelo governo, os cidadãos serão perguntados se aprovam ou rejeitam o processo constituinte, se exigem que as Forças Armadas protejam a Constituição atuam e se desejam a convocação de eleições gerais.

Os venezuelanos estão convocados a ir às urnas no dia 30 de julho, quando está previsto que elejam os integrantes da Assembleia Nacional Constituinte, que deve elaborar uma nova Carta Magna.

A oposição diz que essa é uma tentativa de consolidar uma "ditadura" no país. O governo aponta a Constituinte como uma saída para a crise econômica e política enfrentada pela Venezuela.

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