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Propostas econômicas de Trump preocupam assessores, diz Bloomberg

Trump vem direcionando suas propostas para os principais círculos eleitorais

A economia voltou a ser um tema prioritário para a campanha do republicano (Kevin Dietsch/AFP)

A economia voltou a ser um tema prioritário para a campanha do republicano (Kevin Dietsch/AFP)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 24 de setembro de 2024 às 23h54.

Com a eleição chegando num momento decisivo, Donald Trump quer ampliar as propostas que podem beneficiar as famílias de classe média norte-americanas para pessoas com renda maior.

A economia está no topo da agenda de prioridades do republicano. Nesta terça, ele fará um discurso para explicar sua visão de usar isenções fiscais e outros incentivos para impulsionar a indústria dos EUA.

O ex-presidente apresentou uma gama tão ampla de propostas fiscais que até mesmo seus próprios assessores não têm certeza sobre quais ele pretende promulgar se for eleito. Alguns dos pronunciamentos foram surpresas e causaram apreensão entre os aliados, de acordo com reportagem da Bloomberg.

Dentro da órbita de Trump, o menu de ideias do ex-presidente é visto como uma forma de atrair eleitores em uma eleição extremamente acirrada — particularmente, americanos de baixa e média renda frustrados com os altos preços em busca de alívio financeiro.

US$ 11 trilhões e contando

Se eleito, Trump entraria em negociações com o Congresso sobre uma "lista de desejos" totalizando US$ 11 trilhões e contando, de acordo com a Tax Foundation, um think tank conservador. Isso inclui a extensão dos cortes de impostos de 2017, que expirarão a menos que o Congresso aja. Ele também prometeu até US$ 2,8 trilhões em receita adicional de tarifas para compensar uma parte desse custo.

O ex-presidente e seus aliados disseram que suas propostas de corte de impostos impulsionariam o crescimento econômico, ajudando a compensar parte do custo, embora sua campanha não tenha fornecido nenhum detalhe concreto disso.

Trump direcionou suas propostas para os principais círculos eleitorais. Quando estava em Nevada, um estado com a maior porcentagem de trabalhadores de serviços e hospedagem, ele fez uma proposta surpresa para acabar com os impostos sobre gorjetas. Ele também propôs eliminar impostos sobre a Previdência Social. Para cortejar trabalhadores de colarinho azul, ele propôs acabar com os impostos sobre horas extras.

Ao limitar a dedução de impostos estaduais e locais em US$ 10.000, Trump ajudou a compensar uma dedução mais alta e taxas gerais mais baixas que estavam num projeto seu de 2017. Essa "trava" também teve uma dimensão política: os contribuintes mais afetados estão em distritos com valores de imóveis mais altos e taxas de impostos mais altas — e são predominantemente administrados e representados por democratas.

A vice-presidente Kamala Harris também fez da política tributária uma parte central de sua campanha, prometendo aumentar o crédito tributário infantil, criar incentivos para compradores de imóveis de primeira viagem, além de expandir deduções  de impostas para novas empresas. Ela até se apropriou de uma das ideias de Trump — nenhum imposto sobre gorjetas, dando à proposta um impulso bipartidário. Harris também está planejando um discurso focado em economia nesta semana.

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