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Promotoria estuda se campanha do "Brexit" foi enganosa

A acusação argumenta que os grupos exerceram "influência indevida" sobre os cidadãos por terem feito "afirmações que eram enganosas com pleno conhecimento"

Brexit: a carta cita a promessa que a saída da UE proporcionaria 392 mi de euros ao Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (Stefan Wermuth / Reuters)

Brexit: a carta cita a promessa que a saída da UE proporcionaria 392 mi de euros ao Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (Stefan Wermuth / Reuters)

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EFE

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 16h39.

Londres - A Promotoria do Reino Unido informou nesta segunda-feira que está avaliando a queixa de cidadãos que acusam a campanha que defendeu o "Brexit" antes do referendo de ter enganado os britânicos com dados inexatos sobre a União Europeia (UE).

A Promotoria da Coroa (CPS, na sigla em inglês) confirmou, através de um porta-voz, que recebeu a denúncia desse grupo de cidadãos independentes, liderada pelo especialista em Lei Eleitoral da Universidade de Buckingham, Bob Watt, e que está "analisando o conteúdo" das acusações.

A carta afirma que as campanhas "Vote Leave", que tinha como principal apoiador o atual ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, e a "Leave EU", apoiada pelo então líder do partido eurocético UKIP, Nigel Farage, violaram a legislação eleitoral.

A acusação argumenta que ambos os grupos exerceram uma "influência indevida" sobre os cidadãos por terem feito "afirmações que eram enganosas com pleno conhecimento".

Entre as supostas informações falsas, a carta cita a promessa que a saída da UE proporcionaria 392 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, em inglês).

Horas depois da vitória do "Brexit" nas urnas, com 51,9% dos votos, Farage reconheceu que foi um "erro" fazer essa promessa e especificou que os recursos para investir em saúde não estão garantidos.

Johnson percorreu o Reino Unido durante as semanas prévias à consulta em um ônibus que levava impresso esse número sobre a "lenda": "Vamos retomar o controle".

Watt e o grupo que apresentou a acusação consideram que a afirmação era contrária aos dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas Britânica (ONS).

Por isso, eles acreditam que quem fez a promessa sabia que ela não estava correta.

O texto ressalta, além disso, supostas falsas informações impressas em panfletos favoráveis ao "Brexit". Eles citavam que empresas como a Nissan e a Unilever eram favoráveis a deixar a UE.

A Promotoria do Reino Unido costuma exigir que a polícia apresente uma denúncia para avaliar o caso, com exceção daqueles que possam constituir fraude eleitoral.

Nessas ocasiões, os próprios cidadãos podem fazer a acusação diretamente aos promotores.

Na semana passada, o Tribunal Superior do Reino Unido decidiu a favor de diversas iniciativas de cidadãos britânicos, que pediam que a saída da UE tivesse que passar também pelo parlamento.

O governo de Theresa May recorreu da decisão e se mostrou confiante que a derrota judicial não atrasará o calendário estabelecido para o "Brexit".

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