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Promotor peruano pede para interrogar Marcelo Odebrecht

Intenção é interrogar o empresário sobre Keiko Fujimori, líder da oposição no país e candidata derrotada na última eleição presidencial

Marcelo Odebrecht: uma mensagem fazendo referência à opositora foi encontrada no celular do empresário (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Marcelo Odebrecht: uma mensagem fazendo referência à opositora foi encontrada no celular do empresário (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de setembro de 2017 às 13h32.

Última atualização em 18 de setembro de 2017 às 15h18.

Lima - Promotor peruano especializado em lavagem de ativos, José Domingo Pérez pediu às autoridades brasileiras que seja interrogado um ex-diretor da construtora Odebrecht para ampliar suas declarações sobre uma suposta ajuda econômica à líder da oposição no país, a ex-candidata à presidência Keiko Fujimori.

Pérez, que investiga Fujimori, enviou uma solicitação ao Ministério Público do Brasil, informou nesta segunda-feira no Twitter o escritório de cooperação judicial internacional da promotoria peruana.

Em maio, o ex-diretor-geral da companhia brasileira Marcelo Odebrecht disse a outros promotores peruanos que a companhia teria dado dinheiro a Keiko Fujimori durante a campanha, sem dar detalhes.

Em agosto, a promotoria peruana recebeu de forma oficial uma anotação encontrada no celular pessoal de Marcelo Odebrecht com a frase "aumentar Keiko para 500", escrita antes da disputa presidencial de 2011, na qual ela foi derrotada por Ollanta Humala.

Keiko Fujimori nega que ela ou seu partido tenham recebido dinheiro de Odebrecht. A filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que está preso, também perdeu as eleições presidenciais de 2016, mas seu partido ganhou poder após conseguir 71 das 130 cadeiras do Parlamento unicameral peruano.

A companhia brasileira admitiu à Justiça peruana que entregou milhões de dólares aos ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006) e Humala (2011-2016). A promotoria busca extraditar Toledo dos EUA, enquanto Humala e sua mulher, Nadine Heredia, cumprem prisão preventiva por 18 meses.

Em 2016, a construtora também admitiu à Justiça americana que havia pagado subornos para ganhar a licitação de obras públicas durante a governo de Alan García (2006-2011), que é investigado de forma

preliminar, enquanto quatro funcionários de seu governo estão presos preventivamente.

Keiko Fujimori tem outras investigações na promotoria. Duas por lavagem de ativos e outra por suposto aporte de recursos de pessoas que haviam negado ter contribuído para a campanha presidencial de 2011.

Fonte: Associated Press.

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