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Programa de Serra volta a ligar Dilma a Erenice e Dirceu

Durante o programa do candidato tucano, um ator foi o responsável por lembrar ligação de Dilma com os dois ex-ministros

O candidato a presidência pelo PSDB, José Serra, durante visita a Heliópolis (Arquivo)

O candidato a presidência pelo PSDB, José Serra, durante visita a Heliópolis (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

São paulo - O programa do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, voltou a associar sua principal adversária, Dilma Rousseff (PT), à agora ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra, cujos familiares estão envolvidos em denúncias de corrupção, e ao ex-ministro José Dirceu.

Mais uma vez, Serra não fez nenhuma manifestação sobre o caso. As críticas mais pesadas foram feitas por um ator. "Dilma assumiu e trouxe Erenice. As duas estão juntas desde 2003. Erenice era braço direito de Dilma. Uma mandava, a outra obedecia", afirma o ator, citando que o caso envolve "tráfico de influência, contratos sem licitação e sócios laranjas".

No programa, também foram citadas afirmações de Dirceu durante uma palestra na Bahia nesta semana, segundo as quais o PT terá mais poder com Dilma do que tinha com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de imagens da transmissão do cargo de Dilma por Dirceu, que a chamou de "camarada de armas". "Nesta semana, Zé Dirceu não sabia que os jornalistas estavam ouvindo e abriu o jogo: o PT terá mais poder com Dilma do que com Lula. Zé Dirceu, Dilma e Erenice, é isso que você quer para o Brasil?", questiona o ator. "É importante você entender para votar certo."

Serra se limitou a fazer propostas na área de habitação popular e saneamento e explorou sua experiência como ministro, prefeito e governador, além de sua origem simples. "O povo mais humilde do Brasil me conhece. Eu não cheguei na vida pública agora. Não foi nenhum padrinho que me trouxe até aqui", disse, numa crítica indireta a Dilma. "Eu vou começar governando no primeiro dia, dando continuidade e criando soluções novas. Não vou precisar ficar perguntando nem pedindo autorização para ninguém. Nem vou ficar demorando para tomar decisão, porque estou acostumado e sei fazer."

As críticas a Dilma foram feitas pelo locutor do programa. Ao mostrar imagens da favela paulistana de Heliópolis e dos projetos do governo estadual na região, ele afirmou que "Dilma nunca veio aqui, só apareceu agora na véspera de eleição, pra dizer que foi ela que fez".

Em outro momento, já falando sobre outra favela paulistana, Paraisópolis, o locutor disse que o programa de habitação popular do Estado prioriza famílias com renda de até três salários mínimos, "a faixa de renda onde o programa da Dilma tem o pior desempenho". Em clara referência irônica a Lula, ele disse ainda que "nunca antes na sua história de Paraisópolis mereceu tanto ter esse nome".

Já o programa de Dilma Rousseff não mencionou o nome de Erenice Guerra e expôs propostas na área social, saúde e segurança. Foram reprisados os depoimentos do ex-governador gaúcho Olívio Dutra e do presidente Lula em favor da candidata e de sua experiência no governo. Dilma, por sua vez, insistiu no discurso da continuidade em relação ao governo Lula. "O trabalho não pode de forma alguma ser interrompido", afirma Dilma. "O Brasil nunca esteve tão forte e preparado para dar um salto de qualidade em todas as áreas."

Transparência

Em uma crítica indireta a Dilma, Marina Silva (PV) defendeu que o governo deve agir com "transparência total". "o governo não pode ter segredos para a sociedade", disse a candidata, que destacou ainda a importância de manter a estabilidade econômica e o Bolsa Família. O ator Wagner Moura deu um depoimento pedindo votos para a candidata.

Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) destacou projetos apresentados pelo partido na Câmara para erradicar o trabalho escravo e taxar grandes fortunas. "Nossa candidatura tem o sentido pleno de lutar para que esse sonho se torne realidade", afirmou.

O programa de Rui Costa Pimenta (PCO) foi usado pelo PSDB, que obteve direito de resposta contra o partido sobre acusações feitas à gestão tucana na Petrobras. Zé Maria (PSTU) defendeu a estatização dos bancos como forma de reduzir os juros. Levy Fidelix (PRTB) criticou os altos impostos e as taxas de juros. José Maria Eymael (PSDC) prometeu fazer a reforma tributária. Ivan Pinheiro (PCB) falou sobre segurança e disse que a justiça social é a melhor forma de combater a violência.

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