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Programa eleitoral de Merkel não tem os EUA como país "amigo"

As palavras "amigo" e "amizade" desapareceram do programa eleitoral mais recente, intitulado "Por uma Alemanha na qual vivamos bem e felizes"

Merkel e Trump: durante sua campanha, Trump disse que Merkel estava "arruinando" a Alemanha (Jonathan Ernst/Reuters)

Merkel e Trump: durante sua campanha, Trump disse que Merkel estava "arruinando" a Alemanha (Jonathan Ernst/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de julho de 2017 às 17h17.

Berlim - Em seu programa de campanha para a eleição da Alemanha, os conservadores da chanceler alemã, Angela Merkel, retiraram o termo "amigo" ao descrever o relacionamento com os Estados Unidos.

Quatro anos atrás, o programa conjunto da União Democrata Cristã (CDU, na sigla em alemão) e de seu parceiro minoritário bávaro, a União Social Cristã (CSU), referiu-se aos EUA como o "amigo mais importante" da Alemanha fora da Europa.

O programa de 2013 também descrevia a "amizade" com Washington como um "pilar" das relações internacionais alemãs e falava sobre o fortalecimento dos laços econômicos transatlânticos por meio da remoção de barreiras comerciais.

Mas as palavras "amigo" e "amizade" desapareceram do programa eleitoral mais recente, intitulado "Por uma Alemanha na qual vivamos bem e felizes", que Merkel e o líder da CSU, Horst Seehofer, apresentaram nesta segunda-feira para a eleição de 24 de setembro.

Ao invés disso, os EUA são descritos como "o parceiro mais importante" da Alemanha fora da Europa. Nenhuma autoridade do CDU estava disponível de imediato para comentar a mudança das palavras.

Essa alteração sublinha como as relações entre Berlim e Washington se deterioraram desde que o presidente norte-americano Donald Trump assumiu a Casa Branca em janeiro.

Durante sua campanha para a Presidência, Trump disse que Merkel estava "arruinando" a Alemanha com políticas imigratórias que descreveu como "insanas".

Ele criticou várias vezes o superávit comercial alemão com seu país, acusou Berlim e outros parceiros europeus de deverem "quantidades enormes de dinheiro" à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e preocupou parceiros ocidentais com sua decisão de retirar os EUA do Acordo Climático de Paris no mês passado.

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