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Programa ajuda empresas a identificar perdas de eletricidade

Cerca de 18% da eletricidade produzida é desperdiçada entre a etapa de geração nas usinas até a distribuição de energia para os consumidores

A maior parte das perdas ocorre na fase de distribuição de energia, devido ao nível de tensão e ao tamanho das redes. (Eletropaulo/Divulgação)

A maior parte das perdas ocorre na fase de distribuição de energia, devido ao nível de tensão e ao tamanho das redes. (Eletropaulo/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Um software desenvolvido pelo professor Antonio Padilha Feltrin, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), vai ajudar empresas do setor elétrico a calcular e identificar os pontos mais vulneráveis da rede a perdas elétricas. De acordo com dados oficiais, essas perdas atingem 18% da eletricidade produzida, desde a etapa de geração nas usinas até a distribuição de energia para os consumidores.

O programa de computador será apresentado ainda este mês no seminário Temporada de Caça aos Gatos, na Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj). O tema é uma referência às ligações clandestinas para economia de energia elétrica consumida, interferindo no valor da conta.

Em entrevista à Agência Brasil, Feltrin disse que a maior parte das perdas ocorre na fase de distribuição de energia, devido ao nível de tensão e ao tamanho das redes, entre outros fatores. O percentual de perda varia de região para região. A estimativa é que até 12% das perdas de energia produzida estejam na fase da distribuição.

Feltrin explicou que o software ajuda as empresas a calcular as perdas técnicas por segmento de rede, ou seja, por dispositivos existentes nas redes elétricas, contribuindo para a redução de custos. "O que nós estabelecemos foi uma maneira de calcular, de forma a tornar [a empresa] eficiente, no sentido de não precisar de muito esforço de pessoal, por semanas, trabalhando em cima disso. O cálculo poderia ser feito rapidamente, todos os meses, sem grandes custos".

O maior vilão das perdas, na fase da distribuição, de acordo com Feltrin, são os transformadores. "[Eles] são em grande número e provocam perdas 24 horas por dia". As perdas dessa fase são registradas também em equipamentos como cabos elétricos, conexões e medidores.

A Unesp está em negociações com uma empresa do setor de tecnologia da informação sobre a possibilidade de comercialização do programa de computador. Feltrin adiantou que algumas empresas do setor elétrico também demonstraram interesse no trabalho.

O professor, agora, se dedica a aperfeiçoar o software, para que, além de calcular as perdas técnicas, que ocorrem pela passagem de corrente elétrica até chegar aos consumidores, possam ser dimensionadas também as regiões onde ocorrem mais perdas comerciais devido a ligações irregulares, os chamados gatos.

"Nós estamos trabalhando, agora, em um refinamento, para o cálculo dessas perdas comerciais. Para ter uma informação mais localizada e mais eficiente, para efeito de indicação de ações para redução dessas perdas". Para ele, acabar com as ligações clandestinas é possível com a identificação dos consumidores que usam esse recurso e a implementação de programas de investimento pelas empresas.

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