O soldado russo Vadim Shishimarin: julgamento na Ucrânia por crimes de guerra (AFP/AFP)
Da redação, com agências
Publicado em 19 de maio de 2022 às 10h32.
Última atualização em 19 de maio de 2022 às 10h34.
O primeiro soldado russo julgado na Ucrânia por crimes de guerra pediu "perdão" nesta quinta-feira, 19, em um tribunal de Kiev ao detalhar como matou um civil no início da invasão russa.
"Sei que você não poderá me perdoar, mas, mesmo assim, peço perdão", afirmou o sargento russo Vadim Shishimarin, de 21 anos, à esposa de um civil de 62 anos que ele admitiu ter matado no nordeste da Ucrânia em 28 de fevereiro.
Shishimarin pode ser condenado à prisão perpétua na Ucrânia por acusações de crimes de guerra e assassinato premeditado.
Ele declarou no tribunal que atirou na vítima quando ele e outros soldados russos estavam em retirada e tentavam encontrar suas unidades na Rússia.
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Os soldados encontraram um carro civil, da marca Volkswagen, que sequestraram.
"Queríamos chegar onde estava o nosso exército e voltar para a Rússia", explicou Shishimarin. "Na estrada, enquanto dirigíamos, vimos um homem. Estava falando no telefone e disse que nos entregaria", acrescentou.
Shishimarin explicou que outro soldado russo que viajava no mesmo carro - que segundo ele não era seu comandante e a quem chamou de soldado "desconhecido" - afirmou para que atirasse.
"Começou a falar em tom contundente que eu deveria atirar. Ele disse que se não fizesse, poderia ser perigoso. Atirei a curta distância e o matei", confessou.
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O soldado ficou de cabeça baixa durante o depoimento de Katerina Shelipova sobre a morte do marido.
Outros soldados russos devem ser julgados em breve na Ucrânia. Kiev afirma que abriu milhares de processos por crimes de guerra desde que Moscou iniciou a invasão em 24 de fevereiro.
A ONU estima mais de 14 mil mortes na guerra iniciada em 24 de fevereiro, incluindo quase 4 mil civis e soldados russos e ucranianos.
A organização, no entanto, aponta que o número deve ser maior, uma vez que nem todas as vítimas puderam ser confirmadas.
Enquanto isso, o número de refugiados que deixaram a Ucrânia superava 6 milhões até 19 de maio, ainda segundo a ONU. A população de refugiados é majoritariamente de mulheres e crianças, uma vez que homens acima de 18 anos estão proibidos de deixar o país em meio à guerra.
(Com informações da AFP)