Primeiro-ministro francês considera tomada de reféns um ato terrorista
Segundo Édouard Philippe, o policial ferido enquanto patrulhava a pé junto com outros três companheiros não corre perigo de vida
AFP
Publicado em 23 de março de 2018 às 09h37.
Última atualização em 23 de março de 2018 às 11h26.
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe , disse nesta sexta-feira que tudo leva a acreditar que o tiroteio seguido por tomada de reféns em um supermercado no sul do país se trata de "um ato terrorista".
"A seção antiterrorista do Ministério Público de Paris está reunindo todas as informações que temos no momento e elas sugerem que seria um ato terrorista", disse Philippe, que interrompeu a visita que fazia a Mulhouse (norte).
Ele, no entanto, se negou a citar um número de reféns envolvidos.
Uma fonte ligada à situação no local mencionou que ao menos duas pessoas morreram na ação dentro supermercado da localidade de Trèbes.
"Uma grande parte dos funcionários e clientes do Super U conseguiram escapar. Um oficial da gendarmeria de serviço está atualmente em contato com o agressor", acrescentou a fonte.
Mais cedo, o homem que abriu fogo e fez reféns no supermercado anunciou atuar em nome do grupo extremista Estado Islâmico (EI).
A justiça antiterrorista assumiu a investigação do ataque, que o primeiro-ministro francês classificou como "sério".
As forças de segurança responderam a dois incidentes separados na manhã desta sexta-feira, um no supermercado de Trèbes e o segundo na cidade vizinha de Carcassonne, onde um policial foi ferido a tiros.
Em Trèbes, o homem entrou às 11H15 (7H15 de Brasília) no supermercado SuperU e começou a disparar.
Uma testemunha disse que o homem gritou "Alá Akbar" ao entrar no estabelecimento, segundo uma fonte das forças de segurança.
As autoridades locais anunciaram no Twitter que a área estava isolada e pediram à população que "facilite o acesso às forças de segurança".
Se o vínculo com o EI for confirmado, este ataque seria o primeiro desta dimensão desde a eleição do presidente Emmanuel Macron em maio do ano passado.
A tomada de reféns acontece com a França ainda em estado de alerta, após a série de atentados desde o ataque contra a redação da revista satírica Charlie Hebdo em janeiro de 2015, que deixou 12 mortos.
A onda de atentados extremistas deixou 238 mortos e centenas de feridos em 2015 e 2016. Vários ataques ou tentativas de ataques apontaram contra militares ou policiais.