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Primeiro dia da operação de Israel termina com 18 mortos

Segundo fontes médicas na Faixa de Gaza, entre as vítimas há três crianças e seis milicianos


	Soldados israelenses próximos da fronteira com o sul da Faixa de Gaza: ataques deixaram 18 mortos
 (Baz Ratner/Reuters)

Soldados israelenses próximos da fronteira com o sul da Faixa de Gaza: ataques deixaram 18 mortos (Baz Ratner/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2014 às 16h51.

Gaza/Jerusalém - O exército de Israel iniciou nesta terça-feira a operação militar batizada de "Margem Protetora", em Gaza, contra o movimento islamita Hamas, que prevê ser "longa e intensa" e que já nas primeiras horas deixou 18 mortos, muitos deles civis.

Segundo fontes médicas na Faixa, entre as vítimas há três crianças e seis milicianos, três deles pertencentes às Brigadas Azedim al-Qassam, braço armado do Hamas, e três ao movimento radical palestino Jihad Islâmica.

Além dos mortos, cerca de 80 civis ficaram feridos em bombardeios aéreos, em resposta ao lançamento de cerca de uma centena de foguetes da Faixa contra diversas cidades do centro e do sul de Israel, que está sob alerta vermelho.

Poucas horas depois do início da terceira operação contra o Hamas desde que o grupo assumiu o controle de Gaza em 2007, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou as perspectivas ruins, ao afirmar que prevê uma campanha bélica "conscienciosa, longa, contínua e dura".

O chefe do governo se reuniu em Tel Aviv com os principais responsáveis de Segurança para avaliar as diferentes opções, e destacou a possibilidade de uma operação terrestre de grande escala.

Uma alternativa que começou a ter reflexos poucas horas mais tarde, quando o governo votou a favor da mobilização de 40 mil reservistas que se incorporarão às fileiras nos próximos dias de forma escalonada.

A medida foi solicitada pelo chefe do Estado-Maior israelense, general Benny Gantz, e com ela o exército pretende facilitar que estas unidades entrem em missões desenvolvidas atualmente pelas forças regulares, para permitir que estas atuem na ofensiva iniciada ontem à noite.

Seu objetivo principal é reforçar as tropas regulares de infantaria e artilharia enviadas desde o fim de semana passado no perímetro da Faixa e melhorar a operabilidade de unidades relacionadas com a defesa aérea e civil no sul de Israel, detalhou o "Canal 10" da televisão local.

Esta mobilização se soma à convocação de outros 1.500 soldados anunciada na segunda-feira.

No plano estritamente militar, o exército israelense admitiu que hoje atacou cerca de 150 alvos militares islamitas, em particular em regiões agrícolas onde poderia haver túneis, armazéns de armamento e esconderijos para plataformas de lançamento de mísseis.

Além disso, garantiu ter encontrado Hassan al Shaaban, a quem identificou como responsável do Hamas em Gaza, e que atacou casas de vários ativistas do movimento islamita no centro e no sul da Faixa.

Proprietários dos imóveis revelaram que cinco minutos antes dos bombardeios receberam um telefonema de um homem que falava árabe com sotaque estrangeiro, que se identificou como membro das forças israelenses e que os ameaçou a abandonarem os edifícios.

Peter Lerner, porta-voz militar israelense para a imprensa estrangeira, explicou que desde que a operação começou os milicianos palestinos lançaram 160 foguetes, 23 interceptados pelo escudo antimísseis "Cúpula de Ferro".

Alguns foram interceptados em cidades próximas a Tel Aviv, e outros em pontos mais remotos, como em Jerusalém, e os refúgios antiaéreos começaram a ser abertos.

Lerner informou que quatro membros do Hamas morreram em um combate com soldados israelenses perto de uma base militar próxima à cidade portuária de Ashkelon, quando tentavam entrar em Israel pelo litoral.

"Ordenei um aumento significativo das operações contra Hamas. Esta operação levará tempo", alertou Netanyahu.

Hamas recuou imediatamente e, em uma nova troca de ameaças, afirmou: "Não sonhe com a calma, enquanto nossas reivindicações não forem aceitas".

Junto da operação militar, foi intensificada a atividade política de palestinos e israelenses, uns para deter os ataques e outros para justificá-los.

Em comunicado oficial, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pediu ao governo israelense que freie a ofensiva e cobrou envolvimento da comunidade internacional para evitar uma escalada bélica que poderia levar instabilidade a toda a região.

Segundo a agência de notícias oficial palestina "Wafa", Abbas também fez 'consultas urgentes' com líderes árabes e de outros países para tentar que o executivo israelense volte atrás na operação.

O jornal israelense "Ha'aretz" anunciou que o primeiro-ministro conversaria ao longo do dia com líderes mundiais para explicar os motivos da operação e mostrar que o Hamas iniciou a escalada da tensão. 

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