Huang Qi: Chinês teve site de notícias bloqueado, bens confiscados e foi condenado a 12 anos de prisão por divulgar atos do governo chinês (AGENCE FRANCE-PRESSE/AFP)
AFP
Publicado em 29 de julho de 2019 às 15h59.
O fundador de um site chinês, que revelou supostas violações de direitos humanos, foi sentenciado nesta segunda-feira a 12 anos de prisão, uma das mais pesadas sentenças dos últimos anos contra um dissidente.
Huang Qi foi considerado culpado de "divulgar segredos de Estado" e teve 200.000 yuans (26.100 euros) confiscados de seus bens pessoais, informou em um comunicado o Tribunal Popular Intermediário de Miangyang (sudoeste).
Huang Qi, de 56 anos, é um veterano de dissidência na China. Regularmente na mira das autoridades desde 2000, ele dirigiu o site "64 Tianwang" - bloqueado no país - para recordar a repressão sangrenta do movimento de protesto da Praça da Paz Celestial em Pequim, em 4 de junho de 1989 (evento conhecido na China sob a data "6-4").
Huanq Qi, que está com problemas de saúde de acordo com organizações de direitos humanos, foi preso em 2016, logo depois de ganhar o prêmio Repórteres Sem Fronteiras - TV5 World Press Freedom Prize.
Huang Qi já havia recebido em 2004 o prêmio RSF depois de ter sido sentenciado quatro anos antes. Ele foi então o primeiro opositor chinês a cumprir uma sentença de prisão por usar a internet para fins políticos.
Em 2009, foi novamente sentenciado, desta vez a três anos de prisão, depois de denunciar o péssimo estado de construção de escolas que desabaram no ano anterior durante o terremoto de Sichuan (87.000 mortos e desaparecidos).
A pena mais pesada imposta a um opositor político desde que o presidente Xi Jinping chegou ao poder é Qin Yongmin, condenado no ano passado por "subversão" a 13 anos de prisão.