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Presidente uruguaio inicia ano tendo de acelerar reformas

Para o cientista político Juan Carlos Doyenart, o governo não conseguiu avanços em temas centrais - como educação, moradia ou infraestrutura

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2012 às 17h44.

Montevidéu - O presidente uruguaio, José Mujica, iniciará na quinta-feira seu terceiro ano de mandato com o desafio de conseguir consensos dentro de sua força política para concretizar reformas estruturais, em um cenário econômico que favorece sua gestão.

Mujica, o segundo presidente de esquerda na história do país, está "chegando a um tempo limite" para levar adiante as mudanças em educação, moradia, burocracia estatal e segurança, citadas como prioritárias no início de sua gestão, para o que deverá "colocar o pé no acelerador", comentou à AFP o cientista político Daniel Chasquetti.

Para o também cientista político Juan Carlos Doyenart, o governo não conseguiu avanços em temas centrais - como educação, moradia ou infraestrutura - e para reverter a situação o país "está precisando de um presidente mais firme, que enfrente os sindicatos e force as coisas no FA (Frente Ampla, no governo)".

"Mujica às vezes exagera no diálogo e chega um momento no qual o diálogo termina", disse.

Em seu discurso de posse, Mujica atribuiu um papel relevante à região e particularmente ao Mercosul, bloco comercial que integra junto a Argentina, Brasil e Paraguai, e em seu primeiro ano de mandato dedicou-se a melhorar e ampliar os vínculos com esses países.

No entanto, nos últimos meses as travas comerciais impostas por seus vizinhos - Brasil e Argentina - fizeram com que setores industriais, comerciais e a oposição política colocassem em xeque a posição do governo.

"Em política externa, Mujica avançou um passo e retrocedeu seis", disse Doyenart, que apesar de concordar com o presidente no fato de o país não poder confrontar a Argentina, diante da manutenção das travas comerciais, "seria hora de o Uruguai revisar a situação e sua postura".

Com seu estilo coloquial e hiperativo que o aproxima das pessoas, mas que também o expõe constantemente, o presidente de 76 anos manteve um alto nível de aceitação que em dezembro do ano passado alcançava 51%, segundo uma pesquisa da consultoria Cifra, na qual apenas 26% manifestavam antipatia pelo presidente.

A pesquisa revelou que cerca de 48% aprovam sua gestão e 29% a desaprovam.

No entanto, Mujica teve de enfrentar divergências dentro de seu próprio partido, a coalizão de esquerda Frente Ampla, que apesar de contar com maioria parlamentar, demora para aprovar projetos do Executivo no Parlamento.

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Montevidéu - O presidente uruguaio, José Mujica, iniciará na quinta-feira seu terceiro ano de mandato com o desafio de conseguir consensos dentro de sua força política para concretizar reformas estruturais, em um cenário econômico que favorece sua gestão.

Mujica, o segundo presidente de esquerda na história do país, está "chegando a um tempo limite" para levar adiante as mudanças em educação, moradia, burocracia estatal e segurança, citadas como prioritárias no início de sua gestão, para o que deverá "colocar o pé no acelerador", comentou à AFP o cientista político Daniel Chasquetti.

Para o também cientista político Juan Carlos Doyenart, o governo não conseguiu avanços em temas centrais - como educação, moradia ou infraestrutura - e para reverter a situação o país "está precisando de um presidente mais firme, que enfrente os sindicatos e force as coisas no FA (Frente Ampla, no governo)".

"Mujica às vezes exagera no diálogo e chega um momento no qual o diálogo termina", disse.

Em seu discurso de posse, Mujica atribuiu um papel relevante à região e particularmente ao Mercosul, bloco comercial que integra junto a Argentina, Brasil e Paraguai, e em seu primeiro ano de mandato dedicou-se a melhorar e ampliar os vínculos com esses países.

No entanto, nos últimos meses as travas comerciais impostas por seus vizinhos - Brasil e Argentina - fizeram com que setores industriais, comerciais e a oposição política colocassem em xeque a posição do governo.

"Em política externa, Mujica avançou um passo e retrocedeu seis", disse Doyenart, que apesar de concordar com o presidente no fato de o país não poder confrontar a Argentina, diante da manutenção das travas comerciais, "seria hora de o Uruguai revisar a situação e sua postura".

Com seu estilo coloquial e hiperativo que o aproxima das pessoas, mas que também o expõe constantemente, o presidente de 76 anos manteve um alto nível de aceitação que em dezembro do ano passado alcançava 51%, segundo uma pesquisa da consultoria Cifra, na qual apenas 26% manifestavam antipatia pelo presidente.

A pesquisa revelou que cerca de 48% aprovam sua gestão e 29% a desaprovam.

No entanto, Mujica teve de enfrentar divergências dentro de seu próprio partido, a coalizão de esquerda Frente Ampla, que apesar de contar com maioria parlamentar, demora para aprovar projetos do Executivo no Parlamento.

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