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Presidente italiano inicia consultas após renúncia de Berlusconi

Objetivo é decidir entre a convocação de eleições antecipadas ou a formação de um governo de transição

Napolitano receberá neste domingo primeiro o presidente do Senado, Renato Schifani, e depois o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

Napolitano receberá neste domingo primeiro o presidente do Senado, Renato Schifani, e depois o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2011 às 07h53.

Roma - O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, inicia neste domingo consultas com representantes políticos do país para decidir entre a convocação de eleições antecipadas ou a formação de um governo de transição, um dia após a renúncia do primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

O líder do governo apresentou sua renúncia a Napolitano após a Câmara dos Deputados italiana aprovar de forma definitiva a Lei de Orçamento estatal para 2012, que continha as reformas econômicas exigidas pela União Europeia (UE).

Na terça-feira passada, Berlusconi já tinha anunciado sua intenção de renunciar assim que o Parlamento aprovasse essas medidas, num momento em que a Itália atravessa uma delicada situação devido à desconfiança das contas do Estado - a dívida pública ronda 120% do Produto Interno Bruto (PIB) - e às perspectivas pessimistas de crescimento econômico.

A saída de Berlusconi foi recebida com alegria por centenas de italianos em Roma, que saíram às ruas da capital para festejar. Tudo parece indicar que, para solucionar o vazio do Governo, o presidente acabará optando pela formação de um Governo tecnocrata, provavelmente liderado pelo economista Mario Monti, de 68 anos.

Ex-comissário de Concorrência da UE, Monti foi designado senador vitalício na quarta-feira passada pelo chefe de Estado italiano, o que foi interpretado como um respaldo a sua candidatura, apoiada também pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, e pela chanceler alemã, Angela Merkel.

O economista conta ainda com amplo apoio das forças parlamentares italianas. Nas últimas horas, parecem ter se dissipado as objeções que existiam contra ele no partido de Berlusconi, o Povo da Liberdade (PdL).

Napolitano receberá neste domingo primeiro o presidente do Senado, Renato Schifani, e depois o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini.

Em seguida, o chefe de Estado se reunirá com seus antecessores no cargo, Oscar Luigi Scalfaro (1992-1999) e Carlo Azeglio Ciampi (1999-2006).

Os encontros devem terminar por volta das 18h locais (15h de Brasília). Os analistas indicam que a intenção de Napolitano é agilizar uma resposta à crise de Governo para acalmar os mercados e buscar uma solução para a política e a economia do país.

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