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Presidente italiano busca solução para impasse político

Giorgio Napolitano iniciou consultas com líderes políticos para que tentem formar um governo depois da inconclusiva eleição de fevereiro

Giorgio Napolitano, presidente da Itália: político disse que irá trilhar "todas as estradas possíveis" para evitar novas eleições (Fabrizio Bensch/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2013 às 10h20.

Roma - O presidente da Itália , Giorgio Napolitano, iniciou nesta quarta-feira consultas com líderes políticos para que tentem formar um governo depois da inconclusiva eleição de fevereiro.

O presidente do Senado, Pietro Grasso, disse após uma reunião com Napolitano que o presidente está determinado a buscar um acordo que evite a repetição das eleições. Napolitano disse que irá trilhar "todas as estradas possíveis" para isso.

A incerteza política na Itália gera alarme em toda a Europa, num momento em que a ameaça de confiscos de depósitos bancários em Chipre reacende os temores sobre um reavivamento da crise da dívida na zona do euro.

O bloco de centro-esquerda liderado por Pier Luigi Bersani conquistou maioria na Câmara, mas não no Senado, e por isso precisaria formar uma aliança para governar.

Mas Bersani rejeita qualquer acordo com o bloco de centro-direita do ex-premiê Silvio Berlusconi, que tem a segunda maior bancada, e foi esnobado pelo alternativo Movimento 5 Estrelas, do ex-comediante Beppe Grillo, terceira força na eleição de fevereiro.

Se não houver acordo entre esses três partidos, a Itália deve passar mais um tempo sob um governo interino, até que uma nova eleição seja realizada, provavelmente já em junho.

Napolitano também se reuniu na quarta-feira com partidos menores, inclusive o grupo centrista do primeiro-ministro interino Mario Monti. Só na quinta-feira ele deverá receber os representantes dos três principais partidos.

Bersani, de 61 anos, recebeu um pequeno alento no fim de semana, quando seus candidatos foram eleitos para as presidências da Câmara e do Senado. Ambos anunciaram na terça-feira que reduzirão seus salários em 30 por cento, e conclamaram os demais parlamentares a fazerem o mesmo.

O líder de centro-esquerda propõe desenvolver um pacote limitado de reformas contra a corrupção e para a geração de empregos, na esperança de que isso lhe garanta o apoio do 5 Estrelas.

Num ambiente de tantos atritos, um governo minoritário deve sobreviver por poucos meses, mas Bersani talvez não tenha alternativa.

"O PD (Partido Democrático, de Bersani) não está mudando a sua linha, vamos para as consultas com propostas que foram votadas pela liderança partidária imediatamente depois da eleição", disse Bersani a jornalistas na terça-feira.

A Itália, terceira maior economia da zona do euro, tem poucas condições de enfrentar uma crise política prolongada, depois da turbulência que derrubou o último governo de Berlusconi e arrastou a zona do euro para a beira de um desastre, há apenas 16 meses.

A economia local está em recessão profunda, e o desemprego bate recordes, especialmente entre os jovens. A dívida pública, de 2 trilhões de euros (2,6 trilhões de dólares) está perigosamente vulnerável à volatilidade dos mercados de títulos e a eventuais disparadas dos juros.

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Roma - O presidente da Itália , Giorgio Napolitano, iniciou nesta quarta-feira consultas com líderes políticos para que tentem formar um governo depois da inconclusiva eleição de fevereiro.

O presidente do Senado, Pietro Grasso, disse após uma reunião com Napolitano que o presidente está determinado a buscar um acordo que evite a repetição das eleições. Napolitano disse que irá trilhar "todas as estradas possíveis" para isso.

A incerteza política na Itália gera alarme em toda a Europa, num momento em que a ameaça de confiscos de depósitos bancários em Chipre reacende os temores sobre um reavivamento da crise da dívida na zona do euro.

O bloco de centro-esquerda liderado por Pier Luigi Bersani conquistou maioria na Câmara, mas não no Senado, e por isso precisaria formar uma aliança para governar.

Mas Bersani rejeita qualquer acordo com o bloco de centro-direita do ex-premiê Silvio Berlusconi, que tem a segunda maior bancada, e foi esnobado pelo alternativo Movimento 5 Estrelas, do ex-comediante Beppe Grillo, terceira força na eleição de fevereiro.

Se não houver acordo entre esses três partidos, a Itália deve passar mais um tempo sob um governo interino, até que uma nova eleição seja realizada, provavelmente já em junho.

Napolitano também se reuniu na quarta-feira com partidos menores, inclusive o grupo centrista do primeiro-ministro interino Mario Monti. Só na quinta-feira ele deverá receber os representantes dos três principais partidos.

Bersani, de 61 anos, recebeu um pequeno alento no fim de semana, quando seus candidatos foram eleitos para as presidências da Câmara e do Senado. Ambos anunciaram na terça-feira que reduzirão seus salários em 30 por cento, e conclamaram os demais parlamentares a fazerem o mesmo.

O líder de centro-esquerda propõe desenvolver um pacote limitado de reformas contra a corrupção e para a geração de empregos, na esperança de que isso lhe garanta o apoio do 5 Estrelas.

Num ambiente de tantos atritos, um governo minoritário deve sobreviver por poucos meses, mas Bersani talvez não tenha alternativa.

"O PD (Partido Democrático, de Bersani) não está mudando a sua linha, vamos para as consultas com propostas que foram votadas pela liderança partidária imediatamente depois da eleição", disse Bersani a jornalistas na terça-feira.

A Itália, terceira maior economia da zona do euro, tem poucas condições de enfrentar uma crise política prolongada, depois da turbulência que derrubou o último governo de Berlusconi e arrastou a zona do euro para a beira de um desastre, há apenas 16 meses.

A economia local está em recessão profunda, e o desemprego bate recordes, especialmente entre os jovens. A dívida pública, de 2 trilhões de euros (2,6 trilhões de dólares) está perigosamente vulnerável à volatilidade dos mercados de títulos e a eventuais disparadas dos juros.

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