Hollande: o presidente, de 62 anos, fez este anúncio no Palácio do Eliseu, sede da chefia de Estado (Philippe Wojazer/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 17h25.
Última atualização em 1 de dezembro de 2016 às 18h07.
Paris - O presidente da França, o socialista François Hollande, anunciou nesta quinta-feira que não vai concorrer à reeleição no pleito presidencial de abril e maio de 2017.
Hollande, de 62 anos, fez este anúncio no Palácio do Eliseu, sede da chefia de Estado.
Desta forma, Hollande tornou-se o primeiro presidente francês da chamada V República a não tentar a reeleição.
"Sou consciente dos riscos que minha candidatura acarretaria, e que não reúne todos os consensos. Decidi não ser candidato à eleição presidencial, decidi não renovar meu mandato", disse em uma declaração televisiva de dez minutos.
O ainda chefe de Estado repassou os desafios enfrentados pelo país, desde o populismo de extrema-direita até o terrorismo jihadista, e defendeu sua gestão em aspectos como o combate ao desemprego, o meio ambiente e a defesa das liberdades.
"Eu lhes digo francamente. O perigo maior é o protecionismo, é fechar-se em si mesmo. Esse será o maior desastre para os franceses", declarou o presidente, um dos mais impopulares das últimas décadas.
Também não lhe pareceu melhor o projeto defendido pelo candidato conservador François Fillon, eleito nas primárias de seu partido no domingo passado.
Mas Hollande assegurou que, acima de sua ambição, situa o interesse do país. "A experiência me forneceu a humildade necessária em meu trabalho", afirmou o presidente.
Seu anúncio coincidiu com o primeiro dia no qual se podia apresentar as candidaturas para as primárias da esquerda, às quais já se postulou o ex-ministro de Economia, Arnaud Montebourg, representante da ala mais esquerdista do Partido Socialista.
As pesquisas indicavam resultados eleitorais ruins para Hollande, aparecendo atrás do candidato da centro-direita Fillon, da ultradireitista Marine le Pen e de dois candidatos do campo da esquerda, o moderado Emmanuel Macron e o radical Jean-Luc Mélenchon.